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Liga dos Blogues Cinematográficos

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Arquivos de Categoria: Rankings Especiais

Mondo Resnais

07 domingo dez 2014

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ALAIN RESNAIS


Curadoria de Mauricio Ribeiro & André Setaro (In Memorian)
Artes de Rafael Canoba, Organização de Mauricio Ribeiro

Se Resnais carregou o cinema a uma nova consciência, Setaro carregou o cinema aos bares de Salvador. O francês na descoberta de Emmanuelle Riva e a Nouvelle Vague, o brasileiro no aprendizado de Jeniffer Jones e cerveja, de Sabine Azéma e cigarro, e ambos nos “recuerdos” precedidos da mesma sentença: “Concordo com Buñuel: O homem é a sua memória”. Então, nesse mondo, nesse mundo, só resta à liga recordar e dizer: Adeus mestre. Adeus, caro amigo.

Entre os grandes autores de cinema de todos os tempos (Chaplin, Welles, Fellini, Dreyer, Bergman, tantos!), um dos meus preferidos é Alain Resnais, inventor de fórmulas, realizador do específico cinematográfico, e não poderia, deixar de enfatizar tal cineasta “divisor-de-águas”, que traumatizou toda uma linguagem cinematográfica até então estabelecida. Lembro-me de HIROSHIMA, MON AMOUR, das imagens, das cinzas, noite e luz. Lembro-me ainda adolescente, o quão esse filme me fascinou e se constituiu num filme “propulsor” para o meu entendimento do cinema como um veículo de expressão artística. Não o vi, porém, em seu lançamento, mas quatro anos depois numa sessão matinal no cine Guarany, de Salvador, quando, aos sábados, acontecia as projeções do Clube de Cinema da Bahia patrocinadas por Walter da Silveira.

Nestas sessões, que eram bem frequentadas (a sala ficava cheia) por intelectuais, universitários, amantes do cinema em geral, havia também a presença de muitos alunos do Colégio Estadual da Bahia, centro de educação emblemático da Soterópolis. Lembro-me que, quando da exibição de HIROSHIMA, MON AMOUR, uma turma deste estabelecimento, pela estranheza da composição estética do filme, começou a fazer algazarra. Walter da Silveira mandou interromper a projeção e fez um discurso para uma platéia estupefata. E deu continuidade a exibição. O público restou em profundo silêncio.

E como não? A sua obra apoia-se no tempo, na memória, na criação, na vida diária, no humor inglês, na inovação artística e em dez outros valores, cinquenta achados técnicos, cem descobertas de atores e narrativas, e iniciou-se na tomada de consciência política junto do amigo Chris Marker por altura da guerra, de Hiroshima, dos campos de concentração, do colonialismo… E como não tomar partido, como não se emocionar? Os anos passam, as décadas, os filmes, os amores, os trabalhos e os dias, a vida. Pouco a pouco, Alain se interessa cada vez mais por esta pequena humanidade da vida diária que toma, com o seu toque, um charme inaudito: Os pequenos aborrecimentos de todos os dias, o casal, o jogo, o teatro, a procura de um apartamento, a canção. Ah! Aquela canção que todos cantarolamos… E o teatro, é claro, que não é mais do que se tornar outrem, portanto os imprevistos. Em direção à ligeireza, à graça, estamos de passagem, que importância tem isso? Tendo, assim, coberto todo o campo das possibilidades, Resnais dedicou-se cada vez mais ao prazer de filmar, de encontrar equivalências fílmicas de modo a surpreender-se a si mesmo e a surpreender o seu grupo de atores, que o adoravam, que o veneravam, como a mulher Sabine Azéma, ou os fiéis Pierre Arditi, André Dussollier e muitos outros. Resnais é alguém que eu admirava, que adorava pela escuta e a simplicidade e que teve uma vida belíssima: A que desejamos ter.

Mauricio Ribeiro, André Setaro & Gilles Jacob


MURIEL nos provoca imediatamente por sua estranheza formal: cortes bruscos, atenção aos detalhes e aos objetos, movimentação precisa dos atores, enquadramentos pictóricos. O estranho também reside nas relações entre as personagens e nos espaços que habitam. Ainda é possível o amor após a guerra? Com MURIEL, Resnais constrói o presente como uma complexa coexistência de camadas do passado. O desencontro é casa vazia.
Camila Vieira



Apesar do pessimismo político, A GUERRA ACABOU não é um filme de tese, mas uma grande história romântica realizada pela narrativa formal e ousadia de Alain Resnais… Grande cineasta da modernidade, Resnais explode o tempo da realidade, da imaginação, da ação e do pensamento – como também fragmenta o corpo de Geneviève Bujold nas cenas de amor. E é a política que nos dá vertigem…
Samuel Douhaire, Telérama



A partir dos delírios noturnos de um talentoso, mas áspero escritor, moribundo em sua cama, sozinho, enfermo de dores angustiantes e para as quais o coquetel de analgésicos, álcool e confabulação mental desponta como esteio para a longuíssima noite, Alain Resnais entremeia o ser e pensar ser, a realidade e a ficção, a literatura e seus personagens em um filme instigante.
Marcio Sallem



No ano passado (mas não em Marienbad), quando já se não poderia mais esperar uma obra de invenção, sensibilidade e poesia, eis que Resnais, já aos 80 anos, aparece com este filme, que permaneceu por mais de um ano em exibição ininterrupta numa sala da capital paulista. E foi considerado, por muitos colunistas de cinema, o melhor de 2007 (inclusive por mim, que o considero uma obra incomparável, algo ‘hors-concours’, uma explosão de criatividade e cometimento de um mestre
André Setaro

MEDOS PRIVADOS EM LUGARES PÚBLICOS tem uma celebridade anedótica entre os cinéfilos paulistas por ter ficado mais de três anos em cartaz no Cine Belas Artes; no resto do mundo, é mais conhecido pela excelência na exploração sutil das entranhas de seis pessoas ordinárias. O kitsch espalhafatoso da direção de arte serve para ressaltar o interior dos personagens, e ajuda a revelar as camadas escondidas sob sua pele: eles se multiplicam, se desnudam, e Resnais, mesmo após 50 anos, nos deslumbra.
Walter Porto



Além da memória como questão: a “botânica da morte” (a cultura) que o filme vai rastrear é a detonação de uma epistemologia das artes africanas, a partir, é claro, da visão do branco europeu. Uma visão crítica ao próprio processo que culmina no olhar e no culto por este engendrado, incluindo a crítica ao “fator comercial”, ao ritmo das fábricas (“Ford na casa de Tarzan”) quando esta arte se torna artesanato exótico.
Pedro Henrique Gomes



um filme-ensaio e, neste particular, uma invenção resnaisiana, ainda que Jean-Luc Godard tenha, nos anos 60, realizado obras que podem ser consideradas, também, como ensaios fílmicos, a exemplo de DUAS OU TRÊS COISAS QUE EU SEI DELA. Mas o que se poderia conceituar como ‘filme-ensaio’ alcança, aqui, em MEU TIO DA AMÉRICA, uma perfeição que se poderia dizer ter sido inventada pelo autor de Marienbad.
André Setaro

O homem é produto do meio? No que nos aproximamos e nos afastamos dos demais animais? Teorizando sobre a psicologia evolucionista, Alain Renais constrói uma espécie de mockumentary instigante que mescla fotografias, encenações e entrevistas levando-nos, através dos estudos do dr. Henri Laborit e suas cobaias René, Janine, Jean, a investigar a mente humana e suas reações diante de adversidades.
Amanda Aouad



A Biblioteca Nacional da França vista por Alain Resnais, o cineasta da memória por excelência. O diretor perscruta inúmeras salas, corredores, depósitos e seções para criar um verdadeiro tratado sobre os vestígios de vida e arte que o homem deixou marcado em superfície frágil, papéis que contam a História da Humanidade. Resnais filma esse espaço como se estivesse diante de um templo. A memória é seu Deus.
Rafael Carvalho



Os travellings se sucedem na mansão, a câmara passeia pelos seus longos e intermináveis corredores, à procura de um cinema que se faz como um processo de investigação do universo mental. Delphine Seyrig salta na cama imensa, como se fosse um pássaro numa gaiola dourada.
André Setaro

É desnecessário tentar decifrar o significado do que é mostrado em O ANO PASSADO EM MARIENBAD. O encontro de duas pessoas que tentam convencer uma à outra de suas certezas é a evidência necessária para entender um dos temas mais recorrentes na arte de Resnais – nossas memórias. Não é sobre o que significam, ou se são reais, mas sim sobre a a enganação, confusão e a culpa que elas nos trazem.
Daniel Pilon



Eiji Okada e Emmanuelle Riva. Alain Resnais e Marguerite Duras. Nevers e Hiroshima. Dualidades que exalam trauma, amor, dor, culpa, vergonha e memória, no meio dos escombros de uma cidade, de um país e de um mundo que não sabe ainda trabalhar com o pranto de uma guerra mundial tão sofrida. Resnais capta o fim de uma era e o começo de outra, e também dois perdidos, dentre tantos, no esforço de esquecer e recomeçar.
Marcelo Rennó



Alan Resnais não se achava capaz de falar sobre segunda guerra, haja vista que não esteve presente no conflito. Entretanto, existem situações como as guerras que elas não precisam ser vividas para serem de fato sentidas. Jean Cayrol, escritor e prisioneiro de guerra, em seu texto, trouxe a segurança que Resnais precisava para conseguir abordar o tema. Essa mescla é fundamental para o sucesso da produção, uma vez que as imagens pesadas e secas de Resnais vão sendo contempladas pela poética de Cayrol. E a sensação que temos é de não só do contraste e ironia que o texto aliado as imagens vão nos trazendo, mas também a forma “natural” como o Terceiro Reich vai surgindo.
Eduardo Gomes


1 . NOITE E NEBLINA © | Alain Resnais – 9,26
2 . HIROSHIMA, MEU AMOR | Alain Resnais – 9,24
3 . O ANO PASSADO EM MARIENBAD | Alain Resnais – 9,03
4 . TODA A MEMÓRIA DO MUNDO © | Alain Resnais – 8,50
5 . MEU TIO DA AMÉRICA | Alain Resnais – 8,33
6 . AS ESTATUAS TAMBÉM MORREM © | Alain Resnais – 8,31
7 . MEDOS PRIVADOS EM LUGARES PÚBLICOS | Alain Resnais – 8,29
8 . PROVIDENCE | Alain Resnais – 8,28
9 . A GUERRA ACABOU | Alain Resnais – 8,25
10 . MURIEL | Alain Resnais – 8,23
11 . AMORES PARISIENSES | Alain Resnais – 8,18
12 . SMOKING / NO SMOKING | Alain Resnais – 8,04
13 . GUERNICA © | Alain Resnais – 8,00
14 . STAVISKY | Alain Resnais – 8,00
15 . ERVAS DANINHAS | Alain Resnais – 7,93
16 . BEIJO NA BOCA, NÃO! | Alain Resnais – 7,86
17 . AMAR, BEBER E CANTAR | Alain Resnais – 7,79
18 . EU TE AMO, EU TE AMO | Alain Resnais – 7,69
19 . VOCÊS AINDA NÃO VIRAM NADA! | Alain Resnais – 7,68
20 . VAN GOGH © | Alain Resnais – 7,45
21 . GAUGUIN © | Alain Resnais – 6,71
*** . MELÔ – MELODIA INFIEL | Alain Resnais – 8,50
*** . A VIDA É UM ROMANCE | Alain Resnais – 8,50
*** . LONGE DO VIETNÃ | Alain Resnais & Cia – 7,70
*** . QUERO IR PARA CASA | Alain Resnais – 7,63
*** . GOYA © | Alain Resnais – 7,50
*** . MORRER DE AMOR | Alain Resnais – 6,70

Nouvelle vague: Em francês, “nova onda”. Um termo que Françoise Giroud criou para a revista L´Express sobre a juventude do pós-guerra. Em linhas gerais, o cinema em sua maior renovação da história. Quase 170 diretores beneficiados por fatores diversos, inclusive o desgaste de uma geração. Um movimento sem manifesto formal, praticamente um modismo, que começou a ser esboçado pouco depois de um artigo-bomba de Truffaut. Diferente de tudo que se fazia na França, a despeito de filmar o que os figurões não filmavam, criou-se uma atitude de vanguarda que virou receita de sucesso.

Sim, e sE DEUS CRIOU A MULHER, foram os franceses que revelaram Brigitte Bardot… E com toda essa sensualidade pulsante, um mito e um plano de sua imagem nua, secando ao sol, causando escândalo e proibições. Foi Alain Resnais, Georges Franju, entre outros, que experimentam essas novas sensações de produção, usando a bitola de 16mm. E, finalmente, o grupo da revista Cahiers du Cinema, os, por assim dizer, detonadores da Nouvelle Vague: François Truffaut, Jean-Luc Godard, Eric Rohmer, Claude Chabrol, Jacques Rivette, Doniol-Valcroze, Pierre Kast. O crítico André Bazin, fundador da revista, é considerado o pai espiritual desse grupo. Senão, OS IMCOMPREENDIDOS diante da efervescência, a ruptura violenta. O choque. Esse é o espirito. A ideia.

Mauricio Ribeiro & André Setaro



Obra única sobre a solidão, PICKPOCKET opera como um estudo de personagem puramente visual, em que a dramaticidade concentra-se mais na força das imagens do que em questões morais. Nesta fábula dostoievskiana, o homem em busca de redenção mal tem passado, amigos ou mesmo uma fechadura para trancar o lugar que chama de casa. É a vida em seu estado bruto, vista por um olhar capaz de registrá-la com o mínimo de alarde.
Felipe Moraes



Um hino à fé no homem, pelo homem, preto no branco. Um cinema que, aqui, e diante de tantas crenças, nos ensina a viver com estas contradições inerentes a todo ser humano. E dessa dialética, nada mais que um filme, a beleza do ser humano, sua capacidade de se comunicar, tão fora de si, e também a fonte de seus problemas. Sim, um belo conto moral de Rohmer.
Mauricio Ribeiro



A perda da inocência é atemporal, tal qual a estreia de Truffaut. Autor, personagem e ator se confundem em autobiografias convergentes, nesse jovem de acessos rebeldes e um lar desequilibrado, num mundo de descobertas e punições. De pequenos delitos ao reformatório, Doinel é a figura da força da libertação pelo próprio espírito libertário. De crítico de cinema a novo expoente da revolução de frescor da Nouvelle Vague.
Michel Simões



Um homem fala sem parar enquanto persegue as mulheres da sua vida. O cenário é a Paris do pós Maio de 1968 e o homem é Jean-Pierre Leaud levando consigo toda a ressaca do período. Das expectativas carregadas pela Nouvelle Vague sobram o hedonismo e a obsessão com a qual Jean Eustache transfere para tela um drama de visível fundo autobiográfico. Poucos filmes podem dizer traduzir um momento como A MÃE E A PUTA
Filipe Furtado



Enquanto o cinema se apoia na ilusão do movimento, a fotografia quer eternizar instantes. LA JETÉE retrabalha tais premissas no conteúdo e na forma. Mesmo tendo apenas imagens estáticas, a obra é muito cinematográfica, aproveitando-se dos trabalhos de som e montagem. Por outro lado, se a memória – e seus frames – é fruto do fluxo temporal, o filme questiona como seria possível pôr em xeque a submissão ao tempo.
Adriano Garret



1 . LA JETÉE | Chris Marker – 9,48
2 . A MÃE E A PUTA | Jean Eustache – 9,23
3 . OS INCOMPREENDIDOS | François Truffaut – 9,17
4 . MINHA NOITE COM ELA | Eric Rohmer – 9,08
5 . PICKPOCKET | Robert Bresson – 9,02
6 . OS GUARDA-CHUVAS DO AMOR | Jacques Demy – 9,01
7 . MEU TIO | Jacques Tati – 8,90
8 . CÉLINE E JULIE VÃO DE BARCO | Jacques Rivette – 8,88
9 . OS OLHOS SEM ROSTO | Georges Franju – 8,83
10 . ACOSSADO | Jean-Luc Godard – 8,79
11 . JULES E JIM – UMA MULHER PARA DOIS | François Truffaut – 8,65
12 . TRINTA ANOS ESTA NOITE | Louis Malle – 8,64
13 . LOLA, A FLOR PROIBIDA | Jacques Demy – 8,63
14 . CLÉO DAS 5 ÀS 7 | Agnès Varda – 8,58
15 . VIVER A VIDA | Jean-Luc Godard – 8,57
16 . ASCENSOR PARA O CADAFALSO | Louis Malle – 8,53
17 . O SAMURAI | Jean-Pierre Melville – 8,50
18 . UM HOMEM, UMA MULHER | Claude Lelouch – 8,39
19 . ENTRE AMIGAS | Claude Chabrol – 7,83
20 . BOB, O JOGADOR | Jean-Pierre Melville – 7,75
21 . E DEUS CRIOU A MULHER | Roger Vadim – 7,03
*** . HOTEL DAS AMÉRICAS | André Téchiné – 9,00


1 . UM CORPO QUE CAI | Alfred Hitchcock – 9,77
2 . A PALAVRA | Carl Theodor Dreyer – 9,72
3 . LUZES DA CIDADE | Charles Chaplin – 9,71
4 . JANELA INDISCRETA | Alfred Hitchcock – 9,66
5 . ERA UMA VEZ EM TÓQUIO | Yasujiro Ozu – 9,63
6 . A TURBA | King Vidor – 9,58
7 . PSICOSE | Alfred Hitchcock – 9,56
8 . CREPÚSCULO DOS DEUSES | Billy Wilder – 9,55
9 . ONDE COMEÇA O INFERNO | Howard Hawks – 9,54
10 . TRÊS HOMENS EM CONFLITO | Sergio Leone – 9,52
11 . O PODEROSO CHEFÃO | Francis Ford Coppola – 9,50
12 . 2001 – UMA ODISSÉIA NO ESPAÇO | Stanley Kubrick – 9,50
13 . LA JETÉE | Chris Marker – 9,48
14 . CIDADÃO KANE | Orson Welles – 9,43
15 . O PODEROSO CHEFÃO II | Francis Ford Coppola – 9,43
16 . TAXI DRIVER | Martin Scorsese – 9,40
17 . JOGO DE CENA | Eduardo Coutinho – 9,38
18 . CABRA MARCADO PARA MORRER | Eduardo Coutinho – 9,37
19 . O ESPÍRITO DA COLMÉIA | Víctor Erice – 9,36
20 . O HOMEM DA CÂMERA | Dziga Vertov – 9,31
21 . OURO E MALDIÇÃO | Erich von Stroheim – 9,29
22 . IMPÉRIO DO CRIME | Joseph H. Lewis – 9,29
23 . NOITE E NEBLINA © | Alain Resnais – 9,26
24 . PERSONA | Ingmar Bergman – 9,26
25 . HIROSHIMA, MEU AMOR | Alain Resnais – 9,24
26 . LARANJA MECÂNICA | Stanley Kubrick – 9,23
27 . A MÃE E A PUTA | Jean Eustache – 9,23
28 . QUANTO MAIS QUENTE MELHOR! | Billy Wilder – 9,22
29 . OS IMPERDOÁVEIS | Clint Eastwood – 9,22
30 . PARAÍSO INFERNAL | Howard Hawks – 9,22
31 . O ILUMINADO | Stanley Kubrick – 9,21
32 . VERDADES E MENTIRAS | Orson Welles – 9,20
33 . TABU | Miguel Gomes – 9,18
34 . A GRANDE ILUSÃO | Jean Renoir – 9,17
35 . OS INCOMPREENDIDOS | François Truffaut – 9,17
36 . OS PÁSSAROS | Alfred Hitchcock – 9,14
37 . EM BUSCA DO OURO | Charlie Chaplin – 9,13
38 . PULP FICTION | Quentin Tarantino – 9,11
39 . SEM SOL | Chris Marker – 9,11
40 . MINHA NOITE COM ELA | Eric Rohmer – 9,08
41 . PAI E FILHA | Yasujiro Ozu – 9,05
42 . FLOR DE EQUINOCIO | Yasujiro Ozu – 9,05
43 . BOM DIA | Yasujiro Ozu – 9,04
44 . EDIFÍCIO MASTER | Eduardo Coutinho – 9,03
45 . O ANO PASSADO EM MARIENBAD | Alain Resnais – 9,03
46 . CASABLANCA | Michael Curtiz – 9,02
47 . PICKPOCKET | Robert Bresson – 9,02
48 . OS GUARDA-CHUVAS DO AMOR | Jacques Demy – 9,01
49 . APOCALIPSE NOW | Francis Ford Coppola – 9,01
50 . AMANTES | James Gray – 9,01

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Mondo Coutinho

11 domingo maio 2014

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EDUARDO COUTINHO


Curadoria de Filipe Furtado & Chico Fireman
Artes de Rafael Canoba, Organização de Mauricio Ribeiro

Eduardo Coutinho tinha exatos 80 anos quando deixou o Brasil órfão de seu maior documentarista, de um de seus grandes cineastas. Poucos diretores de cinema conseguiram humanizaram tanto seus “personagens” quanto o entrevistador que não parecia entrevistador. Os depoimentos que colhia pareciam frutos das conversas de grandes amigos. Refinou tanto seu talento que, em 2007, resolveu subverter sua própria lógica de cinema e lançou um delicado e poderoso ensaio sobre a representação em JOGO DE CENA. Radicalizou mais ainda em MOSCOU e UM DIA NA VIDA. Eduardo Coutinho estava no auge de seu potencial criativo quando foi protagonista de uma tragédia. Para homenagear alguém que merece como poucos o título de “mestre”, a Liga dos Blogues Cinematográficos resolveu vasculhar toda sua filmografia, além de passear sobre alguns dos filmes mais importantes do gênero de cinema que ele ajudou a sedimentar, o documentário.


Inconscientemente nosso gênio documentarista entregou sua obra última como um afago no povo que sempre admirou, respeitou e, de certa forma, dissecou. Pegando como ponto de partida uma das cenas-chaves do clássico EDIFÍCIO MASTER (a do morador que entoa ‘My Way’ embargado de emoção), Coutinho pediu a seus entrevistados para que soltassem alma, coração e também dessa vez, voz. O povo então abraçou o mestre como nunca tinha feito e, no mais popular de seus trabalhos, cantou para seus males espantar. O mestre mais uma vez estava certo.
Francisco Carbone



Coutinho dizia não fazer filmes políticos, mas que podiam se tornar políticos de outra forma. PEÕES é aparentemente político em todo canto, mas prefere olhar nos olhos de anônimos grevistas sem nunca julgá-los. Chega a um desfecho brilhante, com Geraldo que, após longo silêncio questiona aquele que tem o poder do filme: “O senhor já foi peão?” Há mais política nesta pergunta que em muito cinema exibido por aí.
Fabricio Cordeiro



Coutinho não precisa de muito, com sua fala mansa dá o tom e a liberdade para entrevistados se expressarem e representar a pluralidade desse país. Pessoas simples narrando histórias de violência. Um pequeno retrato da vida cotidiana, da pobreza e migração ao preconceito e sonhos reprimidos por uma percepção concreta das próprias limitações. A proximidade do tráfico, Coutinho tira um raio-x da favela, límpido.
Michel Simões



Quando o símbolo máximo da macroestrutura religiosa aterrissou no Brasil, Eduardo Coutinho fez o que fazia melhor: direcionou o seu olhar para o micro, e com o uso da câmera, direcionou também o nosso. Coutinho mostra que a instituição pouco diz da fé, e acha no sincretismo brasileiro uma riqueza enorme de material, experiências espirituais, relatos. Para acreditar em SANTO FORTE você não precisa, porém, de acreditar em nada além da maravilha que é o ser humano, em todas as suas nuances.
Ana Clara Matta



Um painel do que se exibe nos canais abertos da televisão brasileira. 19 horas de programação picotadas e condensadas em 90 minutos de filme. Com este filme-colagem, Coutinho não só nos mobiliza a pensar quais imagens vemos todos os dias na TV, mas como elas são ressignificadas quando projetadas na sala de cinema. Seria mesmo um filme ou só um “troço”, como o próprio Coutinho definiu? Qual o limite de um filme?
Camila Vieira



“O sertão é do tamanho do mundo”, leu Coutinho numa das páginas de Grande Sertão: Veredas, a caminho da Paraíba, na iminência de começar um novo filme. Sem roteiro, equipe mínima, aberto ao acaso: eis “O Fim e o Princípio”, um filme de aventura no sertão paraibano. Entre encontros inesperados, histórias inventadas e verdades partilhadas, um homem diz: “Só existe o que aconteceu. O que não aconteceu não existe, não.”
Samuel Lobo



BOCA DE LIXO pode ser o que melhor sintetiza o Cinema de Eduardo Coutinho e sua forma de dirigir, onde com muito sucesso fez com que pessoas tão agredidas pela vida pudessem expressar as suas vozes sem serem estereotipadas. Coutinho conseguiu ganhar a confiança dessas pessoas, sendo recompensado por seus relatos por vezes repletos de orgulho, que surpreendem e humanizam elas mesmas e os espectadores.
Marcelo Rennó



Dentro do que é praticamente um gênero dentro da obra de Coutinho, os “filmes de conversa”, EDIFÍCIO MASTER é o mais abrangente deles. Tem nome de prédio, mas você não vê o prédio. Fala sobre a vida em Copacabana, mas Copabacana não aparece. Ele se interessa não no que está do lado de fora, mas nas histórias contidas nos apartamentos, como sugere o plano voyeurístico à la JANELA INDISCRETA: cada vida ali dá um filme.
Renato Silveira



CABRA MARCADO PARA MORRER é uma potente reflexão sobre os anos da ditadura militar. Mas, ao focar sua narrativa nas histórias de camponeses que tiveram suas vidas modificadas pelo golpe de 64, Eduardo Coutinho anuncia seu cinema vindouro, feito de uma inigualável capacidade de ouvir o outro. São essas pequenas histórias contadas ao diretor que, nesse filme, reconstroem a História brasileira recente.
Wallace Guedes



Verdade: No cinema, que se entenda por mímese, verossimilhança; no ato de se contar uma história, ponto de vista. O real, toca quem vive, quem o vivencia. Assim, ciente de que toda verdade é pessoal e nenhuma se sustenta frente a uma câmera ligada, Coutinho – aquele que abraçou o documentário por não afeição ao truque – dá nova dimensão tanto à sua obra, como à vida. E se coloca entre os maiores de sua arte.
Rodrigo Torres


1 . JOGO DE CENA | Eduardo Coutinho – 9,38
2 . CABRA MARCADO PARA MORRER | Eduardo Coutinho – 9,37
3 . EDIFÍCIO MASTER | Eduardo Coutinho – 9,03
4 . BOCA DE LIXO © | Eduardo Coutinho – 8,18
5 . O FIM E O PRINCÍPIO | Eduardo Coutinho – 8,13
6 . UM DIA NA VIDA | Eduardo Coutinho – 8,08
7 . SANTO FORTE | Eduardo Coutinho – 8,06
8 . SANTA MARTA – DUAS SEMANAS NO MORRO © | Eduardo Coutinho – 7,96
9 . PEÕES | Eduardo Coutinho – 7,92
10 . AS CANÇÕES | Eduardo Coutinho – 7,86
11 . O FIO DA MEMÓRIA | Eduardo Coutinho – 7,60
12 . BABILÔNIA 2000 | Eduardo Coutinho – 7,35
13 . MOSCOU | Eduardo Coutinho – 7,33
14 . A FAMÍLIA DE ELIZABETH TEIXEIRA | Eduardo Coutinho – 7,25
15 . O HOMEM QUE COMPROU O MUNDO | Eduardo Coutinho – 7,21
16 . SOBREVIVENTES DE GALILEIA © | Eduardo Coutinho – 6,89
17 . FAUSTÃO | Eduardo Coutinho – 6,17
*** . PORRADA © | Eduardo Coutinho – 6,25
*** . O JOGO DA VIDA © | Eduardo Coutinho – 7,50
*** . ABC DO AMOR | Eduardo Coutinho, Rodolfo Kuhn & Helvio Soto – 6,00
*** . OS ROMEIROS DE PADRE CÍCERO © | Eduardo Coutinho – 6,00
*** . A LEI E A VIDA © | Eduardo Coutinho – SEM NOTA
*** . VOLTA REDONDA, O MEMORIAL DA GREVE © | Eduardo Coutinho – SEM NOTA



Jean Rouch é provavelmente o documentarista mais importante da história do cinema, ao menos sob uma ótica estética-moral. Como compreender o que é um documento, como encena-lo? No melhor de seus filmes, está a evidência. O êxtase da encenação compartilhada, como outrora disse o crítico Felipe Bragança, exigindo do expectador o mesmo posicionamento crítico que de qualquer ficção. EU, UM NEGRO é um filme essencial a qualquer um que pretenda estudar dramaturgia. Onde a fábula e a realidade encontram um mesmo sentido: A moral.
Guilherme Martins



SHOAH fala sobre o horror: O Holocausto. A sua largueza impregna um ritmo doloroso de falas, sem o uso de imagens de arquivo. São as pessoas que falam e constroem as imagens que criamos mentalmente, em um processo rítmico que protege o espaço da palavra. Não é senão através da palavra e do gesto que Lanzmann estabelece um lugar para as coisas: Para a memória, para a liberdade do espectador, para tudo o que nos afeta.
Pedro Henrique Gomes



Em SEM SOL, Chris Marker nos traz um filme-ensaio por excelência. O meio documentário-meio ficção apresenta ao público extremos do que é considerado civilizado e selvagem em diferentes partes do mundo como Japão e Guiné-Bissau. Aproximando esses extremos, ele também apresenta quebras na linearidade do filme, como que remetendo a não linearidade da própria memória que consolida o “moderno” e o “atrasado” e reverberando essas relações no fazer fílmico, também este um recorte que apenas dá a impressão de continuidade. Se logo no início do filme a narração destaca que a grande questão do Século XX foi a coexistência de diferentes conceitos de tempo, Marker parece trabalhar essa coexistência no plano audiovisual, dando ao público um filme que propõe mais perguntas que respostas.
Susy Freitas



Comércio, mentira e legitimidade da arte e crítica em espiral que coloca em primeira instância o próprio filme como principal suspeito. Através do uso da ironia como eixo principal ao suposto desencontro na montagem, Orson Welles faz ode à ilusão que encanta e também emprega gênios e farsantes – dependendo do ponto de vista, é claro.
Pedro Tavares



Lá no final dos anos 1920, o cinema busca sua identidade. O Homem da Câmera pode ser considerado o filme mais marcante desse processo, um dos primeiros e mais felizes experimentos do cinema sobre sua própria linguagem, tendo como alvo de observação a própria vida social. O olho-câmera enxerga o mundo ao redor (nos enxerga?), multiforme e sem rédeas, e assim a poética cinematográfica explode, em potencialidades e luz.
Rafael Carvalho



1 . O HOMEM DA CÂMERA | Dziga Vertov – 9,31
2 . VERDADES E MENTIRAS | Orson Welles – 9,20
3 . SEM SOL | Chris Marker – 9,11
4 . SHOAH | Claude Lanzmann – 8,90
5 . EU, UM NEGRO | Jean Rouch – 8,75
6 . ILHA DAS FLORES © | Jorge Furtado – 8,74
7 . SANTIAGO | João Moreira Salles – 8,65
8 . VIDEOGRAMAS DA REVOLUÇÃO | Harun Farocki & Andrei Ujica – 8,62
9 . SANGUE DAS BESTAS © | Georges Franju – 8,46
10 . HOOP DREAMS | Steve James – 8,38
11 . AS I WAS MOVING AHEAD I OCASIONALLY SAW BRIEF GLIMPSES OF BEAUTY | Jonas Mekas – 8,36
12 . TITICUT FOLLIES | Frederick Wiseman – 8,36
13 . NANOOK DO NORTE | Robert Flaherty – 8,30
14 . PRISIONEIRO DA GRADE DE FERRO | Paulo Sacramento – 8,29
15 . ÔNIBUS 147 | José Padilha & Felipe Lacerda – 8,25
16 . LAS HURDES – TERRA SEM PÃO © | Luis Buñuel – 8,23
17 . DI © | Glauber Rocha – 8,23
18 . PRIMÁRIAS | Robert Drew – 8,09
19 . GARRINCHA, ALEGRIA DO POVO | Joaquim Pedro de Andrade – 8,06
20 . O PAÍS DE SÃO SARUÊ | Vladimir Carvalho – 8,00
21 . NOTÍCIAS DE UMA GUERRA PARTICULAR © | João Moreira Salles – 7,78
22 . JUSTIÇA | Maria Augusta Ramos – 7,68
23 . ARUANDA © | Linduarte Noronha – 7,58
24 . VALSA COM BASHIR | Ari Folman – 7,55
25 . A BATALHA DO CHILE | Patricio Guzman – 7,50
26 . QUARTO 666 © | Win Wenders – 7,45
27 . OS DOCES BÁRBAROS | Jom Tob Azulay – 7,38
28 . SÃO PAULO – SINFONIA DA METRÓPOLE | A.Kemeny & R. Rex Lustig – 7,36
29 . SOCORRO NOBRE © | Walter Salles – 7,28
30 . VIRAMUNDO © | Geraldo Sarno – 7,25
31 . JANGO | Silvio Tendler – 7,17
*** . LINHA DE MONTAGEM | Renato Tapajós – 7,58
*** . IMAGENS DO INCONSCIENTE | Leon Hirszman – 7,92
*** . TERRA ESPANHOLA © | Joris Ivens – 8,38
*** . BURDEN OF DREAMS | Les Blank – 8,63
*** . HORA DE LOS HORNOS | Fernando Solanas – 7,25
*** . 79 PRIMAVERAS © | Santiago Alvarez – 7,75
*** . NO PAIZ DAS AMAZONAS | Joaquim G. de Araújo & Silvino Santos – 8,00


1 . UM CORPO QUE CAI | Alfred Hitchcock – 9,77
2 . A PALAVRA | Carl Theodor Dreyer – 9,72
3 . LUZES DA CIDADE | Charles Chaplin – 9,71
4 . JANELA INDISCRETA | Alfred Hitchcock – 9,66
5 . ERA UMA VEZ EM TÓQUIO | Yasujiro Ozu – 9,63
6 . A TURBA | King Vidor – 9,58
7 . PSICOSE | Alfred Hitchcock – 9,56
8 . CREPÚSCULO DOS DEUSES | Billy Wilder – 9,55
9 . ONDE COMEÇA O INFERNO | Howard Hawks – 9,54
10 . TRÊS HOMENS EM CONFLITO | Sergio Leone – 9,52
11 . O PODEROSO CHEFÃO | Francis Ford Coppola – 9,50
12 . 2001 – UMA ODISSÉIA NO ESPAÇO | Stanley Kubrick – 9,50
13 . CIDADÃO KANE | Orson Welles – 9,43
14 . O PODEROSO CHEFÃO II | Francis Ford Coppola – 9,43
15 . TAXI DRIVER | Martin Scorsese – 9,40
16 . JOGO DE CENA | Eduardo Coutinho – 9,38
17 . CABRA MARCADO PARA MORRER | Eduardo Coutinho – 9,37
18 . O ESPÍRITO DA COLMÉIA | Víctor Erice – 9,36
19 . O HOMEM DA CÂMERA | Dziga Vertov – 9,31
20 . OURO E MALDIÇÃO | Erich von Stroheim – 9,29
21 . IMPÉRIO DO CRIME | Joseph H. Lewis – 9,29
22 . PERSONA | Ingmar Bergman – 9,26
23 . LARANJA MECÂNICA | Stanley Kubrick – 9,23
24 . QUANTO MAIS QUENTE MELHOR! | Billy Wilder – 9,22
25 . OS IMPERDOÁVEIS | Clint Eastwood – 9,22
26 . PARAÍSO INFERNAL | Howard Hawks – 9,22
27 . O ILUMINADO | Stanley Kubrick – 9,21
28 . VERDADES E MENTIRAS | Orson Welles – 9,20
29 . TABU | Miguel Gomes – 9,18
30 . A GRANDE ILUSÃO | Jean Renoir – 9,17

ranking 2013, top 100

13 segunda-feira jan 2014

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TOP100 (2013)

TOP 100 (2013)

TOP100 - 2013 (A)

1 . TABU | Miguel Gomes – 9,18
2 . O SOM AO REDOR | Kleber Mendonça Filho – 8,86
3 . ANTES DA MEIA NOITE | Richard Linklater – 8,72
4 . KILLER JOE – MATADOR DE ALUGUEL | William Friedkin – 8,34
5 . UM ESTRANHO NO LAGO | Alain Guiraudie – 8,24
6 . AZUL É A COR MAIS QUENTE | Abdellatif Kechiche – 8,14
7 . O MESTRE | Paul Thomas Anderson – 8,08
8 . MARINA ABRAMOVIC – ARTISTA PRESENTE | Matthew Akers – 8,03
9 . ERA UMA VEZ NA ANATÓLIA | Nuri Bilge Ceylan – 8,02
10 . O ESTRANHO CASO DE ANGÉLICA | Manoel de Oliveira – 8,00

TOP100 - 2013 (B)

11 . PAIS E FILHOS | Kore-eda Hirokazu – 7,95
12 . CESAR DEVE MORRER | Paolo & Vittorio Taviani – 7,90
13 . AMOR BANDIDO | Jeff Nichols – 7,88
14 . GRAVIDADE | Alfonso Cuarón – 7,88
15 . TATUAGEM | Hilton Lacerda – 7,87
16 . RUSH – NO LIMITE DA EMOÇÃO | Ron Howard – 7,83
17 . LAS ACACIAS | Pablo Giorgelli – 7,82
18 . A CAÇA | Thomas Vinterberg – 7,80
19 . A CAVERNA DOS SONHOS ESQUECIDOS | Werner Herzog – 7,79
20 . CRAZY HORSE | Frederick Wiseman – 7,79

TOP100 - 2013 (C)

21 . MORRO DOS PRAZERES | Maria Augusta Ramos – 7,79
22 . A FILHA DE NINGUÉM | Hong San-soo – 7,74
23 . A HORA MAIS ESCURA | Kathryn Bigelow – 7,73
24 . LA JAULA DE ORO | Diego Quemada-Diez – 7,72
25 . VOCÊS AINDA NÃO VIRAM NADA! | Alain Resnais – 7,72
26 . ALÉM DAS MONTANHAS | Christian Mungiu – 7,68
27 . AMOR | Michael Haneke – 7,67
28 . DJANGO LIVRE | Quentin Tarantino – 7,67
29 . DOCE AMIANTO | Guto Parente e Uirá dos Reis – 7,63
30 . FRANCES HA | Noah Baumbach – 7,62

TOP100 - 2013 (D)

31 . A BELA QUE DORME | Marco Bellocchio – 7,61
32 . A CIDADE É UMA SÓ | Adirley Queirós – 7,61
33 . INVOCAÇÃO DO MAL | James Wan – 7,59
34 . DOMÉSTICA | Gabriel Mascaro – 7,55
35 . UM TOQUE DE PECADO | Jia Zhangke – 7,55
36 . A GRANDE BELEZA | Paolo Sorrentino – 7,52
37 . AMOR PROFUNDO | Terence Davies – 7,41
38 . CAMILLE CLAUDEL, 1915 | Bruno Dumont – 7,40
39 . CAPITÃO PHILLIPS | Paul Greengrass – 7,39
40 . PREENCHENDO O VAZIO | Rama Burshtein – 7,38

TOP100 - 2013 (E)

41 . BLUE JASMINE | Woody Allen – 7,36
42 . BRANCA DE NEVE | Pablo Berger – 7,36
43 . DENTRO DA CASA | François Ozon – 7,33
44 . JOGOS VORAZES – EM CHAMAS | Francis Lawrence – 7,25
45 . BARBARA | Christian Petzold – 7,24
46 . HANNAH ARENDT | Margarethe von Trotta – 7,24
47 . DEPOIS DE MAIO | Olivier Assayas – 7,23
48 . DETONA RALPH | Rich Moore – 7,21
49 . FERRUGEM E OSSO | Jacques Audiard – 7,16
50 . QUESTÃO DE TEMPO | Richard Curtis – 7,16

TOP100 - 2013 (F)

51 . EDUCAÇÃO SENTIMENTAL | Julio Bressane – 7,13
52 . A CRIADA | Sebastián Silva – 7,11
53 . O QUE TRAZ BOAS NOVAS | Philippe Falardeau – 7,11
54 . IRMÃS JAMAIS | Marco Bellocchio – 7,11
55 . AS SESSÕES | Ben Lewin – 7,10
56 . CÍRCULO DE FOGO | Guillermo Del Toro – 7,10
57 . BASTARDOS | Claire Denis – 7,10
58 . A LUZ DO TOM | Nelson Pereira dos Santos – 7,07
59 . ELENA | Petra Costa – 7,07
60 . LORE | Cate Shortland – 7,06

TOP100 - 2013 (G)

61 . A VISITANTE FRANCESA | Hong Sang-soo – 7,05
62 . ALÉM DA ESCURIDÃO – STAR TREK | J.J Abrams – 7,05
63 . REALITY – A GRANDE ILUSÃO | Matteo Garrone – 7,02
64 . SEGREDOS DE SANGUE | Park Chan-wook – 7,00
65 . ANNA KARENINA | Joe Wright – 6,99
66 . UNIVERSIDADE MONSTROS | Dan Scanlon – 6,98
67 . LINCOLN | Steven Spielberg – 6,97
68 . A PARTE DOS ANJOS | Ken Loach – 6,96
69 . JARDS | Eryk Rocha – 6,93
70 . O AMANTE DA RAINHA | Nicolaj Arcel – 6,91

TOP100 - 2013 (H)

71 . AS HIPER MULHERES | C.Fausto, L.Sette & T.Kuikuro – 6,89
72 . JUAN DOS MORTOS | Alejandro Brugués – 6,88
73 . O VERÃO DA MINHA VIDA | Nat Faxon & Jim Rash – 6,88
74 . APENAS O VENTO | Benedec Fliegauf – 6,85
75 . JOVEM E BELA | François Ozon – 6,83
76 . DOSSIÊ JANGO | Paulo Henrique Fontenelle – 6,81
77 . O ÚLTIMO DESAFIO | Jee-woon Kim – 6,80
78 . O LADO BOM DA VIDA | David O. Russel – 6,76
79 . NA NEBLINA | Sergei Loznitsa – 6,75
80 . O CAPITAL | Costa-Gavras – 6,75

TOP100 - 2013 (I)

81 . OS CROODS | Chris Sanders – 6,72
82 . ROTA DE FUGA | Mikael Håfström – 6,67
83 . À PROCURA DO AMOR | Nicole Holofcener – 6,64
84 . OS SUSPEITOS | Denis Villeneuve – 6,63
85 . A AVENTURA DE KON-TIKI | Joachim Rønning & Espen Sandberg – 6,63
86 . MUITO BARULHO POR NADA | Joss Whedon – 6,62
87 . BLING RING: A GANGUE DE HOLLYWOOD | Sofia Coppola – 6,61
88 . O QUE SE MOVE | Caetano Gotardo – 6,60
89 . TESE SOBRE UM HOMICÍDIO | Hernán Goldfrid – 6,58
90 . ESSE AMOR QUE NOS CONSOME | Allan Ribeiro – 6,58

TOP100 - 2013 (J)

91 . OS SABORES DO PALÁCIO | Christian Vincent – 6,56
92 . INDOMÁVEL SONHADORA | Benh Zeitlin – 6,54
93 . FAROESTE CABOCLO | René Sampaio – 6,53
94 . O VOO | Robert Zemeckis – 6,51
95 . DEIXE A LUZ ACESA | Ira Sachs – 6,50
96 . ALÉM DA FRONTEIRA | Michael Mayer – 6,50
97 . TERAPIA DE RISCO | Steven Soderbergh – 6,48
98 . ÁLBUM DE FAMÍLIA | John Wells – 6,47
99 . O CONSELHEIRO DO CRIME | Ridley Scott – 6,47
100 . ALVO DUPLO | Walter Hill – 6,47

Mais filmes, mais Ranking…

101 . TÁ CHOVENDO HAMBÚRGUER 2 | Cody Cameron e Kris Pearn – 6,44
102 . FRANCISCO BRENNAND | Mariana Fortes – 6,44
103 . FLORES RARAS | Bruno Barreto – 6,42
104 . ADEUS, MINHA RAINHA | Benoît Jacquot – 6,39
105 . BOA SORTE, MEU AMOR | Daniel Aragão – 6,39
106 . RÂNIA | Roberta Marques – 6,38
107 . AMOR PLENO | Terrence Malick – 6,37
108 . WOLVERINE – IMORTAL | James Mangold – 6,35
109 . É O FIM | Evan Goldberg & Seth Rogen – 6,34
110 . UMA HISTÓRIA DE AMOR E FÚRIA | Luiz Bolognesi – 6,32

111 . MEU MALVADO FAVORITO 2 | Pierre Coffin & Chris Renaud – 6,32
112 . A SORTE EM SUAS MÃOS | Daniel Burman – 6,31
113 . SETE PSICOPATAS E UM SHIH TZU | Martin McDonagh – 6,30
114 . A FAMÍLIA | Luc Besson – 6,27
115 . OZ, MÁGICO E PODEROSO | Sam Raimi – 6,27
116 . O ABISMO PRATEADO | Karim Aïnouz – 6,26
117 . FAMÍLIA DO BAGULHO | Rawson Marshall Thurber – 6,25
118 . A DATILÓGRAFA | Régis Roinsard – 6,24
119 . O LUGAR ONDE TUDO TERMINA | Derek Cianfrance – 6,23
120 . RENOIR | Gilles Bourdos – 6,23

121 . HOMEM DE FERRO 3 | Shane Black – 6,23
122 . DEPOIS DE LÚCIA | Michel Franco – 6,20
123 . HOJE | Tata Amaral – 6,20
124 . OS AMANTES PASSAGEIROS | Pedro Almodóvar – 6,14
125 . O QUARTETO | Dustin Hoffman – 6,14
126 . SOBRENATURAL: CAPÍTULO 2 | James Wan – 6,13
127 . GINGER & ROSA | Sally Potter – 6,13
128 . A VIDA SECRETA DE WALTER MITTY | Ben Stiller – 6,13
129 . A MORTE DO DEMÔNIO | Fede Alvarez – 6,11
130 . UMA GARRAFA NO MAR DE GAZA | Thierry Binist – 6,11

131 . GUERRA MUNDIAL Z | Marc Forster – 6,10
132 . JACK REACHER – O ÚLTIMO TIRO | Christopher McQuarrie – 6,10
133 . O HOBBIT – A DESOLAÇÃO DE SMAUG | Peter Jackson – 6,08
134 . MAMA | Andrés Muschietti – 6,07
135 . EU E VOCÊ | Bernardo Bertolucci – 6,07
136 . A COLEÇÃO INVISÍVEL | Bernard Attal – 6,07
137 . MEU NAMORADO É UM ZUMBI | Jonathan Levine – 6,03
138 . COMO NÃO PERDER ESSA MULHER | Joseph Gordon-Levitt – 6,00
139 . O ÚLTIMO ELVIS | Armando Bo – 6,00
140 . PARKER | Taylor Hackford – 6,00

141 . OS ESCOLHIDOS | Scott Charles Stewart – 5,95
142 . O ATAQUE | Roland Emmerich – 5,95
143 . CINE HOLLIÚDY | Halder Gomes – 5,91
144 . CHAMADA DE EMERGÊNCIA | Brad Anderson – 5,84
145 . SEM DOR, SEM GANHO | Michael Bay – 5,82
146 . REINO ESCONDIDO | Chris Wedge – 5,75
147 . CAMILLE OUTRA VEZ | Noémie Lvovsky – 5,75
148 . HITCHCOCK | Sacha Gervasi – 5,74
149 . KICK-ASS 2 | Jeff Wadlow – 5,74
150 . A MEMÓRIA QUE ME CONTAM | Lucia Murat – 5,73

151 . AS BEM-ARMADAS | Paul Feig – 5,68
152 . O GRANDE GATSBY | Baz Luhrmann – 5,66
153 . AUGUSTINE | Alice Winocour – 5,64
154 . LOVELACE | Rob Epstein & Jeffrey Friedman – 5,64
155 . WRONG | Quentin Dupieux – 5,61
156 . THOR 2 – O MUNDO SOMBRIO | Patty Jenkins – 5,60
157 . SEM PROTEÇÃO | Robert Redford – 5,59
158 . AMOR É TUDO O QUE VOCÊ PRECISA | Susanne Bier – 5,57
159 . A BUSCA | Luciano Moura – 5,56
160 . TERRA FIRME | Emanuele Crialese – 5,56

161 . PARIS-MANHATTAN | Sophie Lellouche – 5,55
162 . THÉRÈSE D. | Claude Miller – 5,50
163 . SUPER NADA | Rubens Rewald & Rossana Foglia – 5,50
164 . NO LUGAR ERRADO | Guto Parente – 5,50
165 . AMIGOS INSEPARÁVEIS | Fisher Stevens – 5,50
166 . HOMEM DE AÇO | Zack Snyder – 5,49
167 . SERRA PELADA | Heitor Dhalia – 5,47
168 . OBLIVION | Joseph Kosinski – 5,46
169 . AS AVENTURAS DE TADEU | Enrique Gato – 5,39
170 . DEPOIS DA TERRA | M. Night Shyamalan – 5,33

171 . A ESPUMA DOS DIAS | Michel Gondry – 5,28
172 . APOSENTADOS E AINDA MAIS PERIGOSOS | Dean Parisot – 5,28
173 . SOMOS O QUE SOMOS | Jim Mickle – 5,21
174 . A VIAGEM | Tom Tykwer, Andy Wachowski e Lana Wachowski – 5,20
175 . VAI QUE DÁ CERTO | Maurício Farias – 5,19
176 . DEZESSEIS LUAS | Richard LaGravenese – 5,11
177 . MINHA MÃE É UMA PEÇA – O FILME | André Pellenz – 5,09
178 . O FUTURO | Miranda July – 5,08
179 . ELYSIUM | Neill Blomkamp – 5,03
180 . TRUQUE DE MESTRE | Louis Leterrier – 5,03

181 . JACK – O CAÇADOR DE GIGANTES | Bryan Singer – 5,03
182 . OS ESTAGIÁRIOS | Shawn Levy – 5,00
183 . DOIS DIAS EM NOVA YORK | Julie Delpy – 5,00
184 . TURBO | David Soren – 4,95
185 . O HOMEM QUE RI | Jean-Pierre Améris – 4,95
186 . MEU PÉ DE LARANJA-LIMA | Marcos Bernstein – 4,90
187 . EU NÃO FAÇO A MENOR IDEIA DO QUE EU TÔ FAZENDO COM A MINHA VIDA | Matheus Souza – 4,89
188 . OS MISERÁVEIS | Tom Hooper – 4,88
189 . ATRÁS DA PORTA | István Szabó – 4,85
190 . SOMOS TÃO JOVENS | Antonio Carlos da Fontoura – 4,83

191 . VELOZES E FURIOSOS 6 | Justin Lin – 4,82
192 . UMA NOITE DE CRIME | James DeMonaco – 4,81
193 . A FUGA | Stefan Ruzowitzky – 4,81
194 . A HOSPEDEIRA | Andrew Niccol – 4,74
195 . O CAVALEIRO SOLITÁRIO | Gore Verbinski – 4,70
196 . CINZAS E SANGUE | Fanny Ardant – 4,64
197 . EM TRANSE | Danny Boyle – 4,62
198 . O DOBRO OU NADA | Stephen Frears – 4,50
199 . UM FINAL DE SEMANA EM HYDE PARK | Roger Michell – 4,50
200 . MEU PASSADO ME CONDENA | Julia Rezende – 4,50

201 . VENDO OU ALUGO | Betse de Paula – 4,50
202 . TREM NOTURNO PARA LISBOA | Bille August – 4,44
203 . O MASSACRE DA SERRA ELÉTRICA 3D – A LENDA CONTINUA | John Luessenhop – 4,43
204 . SE BEBER, NÃO CASE! – PARTE 3 | Todd Phillips – 4,41
205 . INVASÃO À CASA BRANCA | Antoine Fuqua – 4,40
206 . OS INSTRUMENTOS MORTAIS – CIDADE DOS OSSOS | Harald Zwart – 4,38
207 . CAÇA AOS GÂNGSTERES | Ruben Fleischer – 4,36
208 . PERCY JACKSON E O MAR DOS MONSTROS | Thor Freudenthal – 4,36
209 . APOSTA MÁXIMA | Brad Furman – 4,33
210 . O TEMPO E O VENTO | Jayme Monjardim – 4,32

211 . JOÃO E MARIA – CAÇADORES DE BRUXAS | Tommy Wircola – 4,19
212 . CHAMADA A COBRAR | Anna Muylaert – 4,14
213 . G.I. JOE: RETALIAÇÃO | Jon M. Chu – 4,10
214 . OBSESSÃO | Lee Daniels – 4,08
215 . UM PORTO SEGURO | Lasse Hallström – 4,00
216 . BONITINHA, MAS ORDINÁRIA | Moacyr Góes – 3,88
217 . O MORDOMO DA CASA BRANCA | Lee Daniels – 3,84
218 . PIETA | Kim Ki-duk – 3,73
219 . O ÚLTIMO EXORCISMO – PARTE 2 | Ed Gass-Donnelly – 3,71
220 . DURO DE MATAR: UM BOM DIA PARA MORRER | John Moore – 3,53

221 . UM BOM PARTIDO | Gabriele Muccino – 3,50
222 . UMA LADRA SEM LIMITES | Seth Gordon – 3,38
223 . JOBS | Joshua Michael Stern – 3,25
224 . CARRIE, A ESTRANHA | Kimberly Peirce – 3,20
225 . PARA MAIORES | Vários Diretores – 3,11
226 . COLEGAS | Marcelo Galvão – 3,09
227 . PAÍS DO DESEJO | Paulo Caldas – 2,89
228 . DIANA | Oliver Hirschbiegel – 2,89
229 . R.I.P.D – AGENTES DO ALÉM | Robert Schwentke – 2,75
230 . O RESGATE | Simon West – 2,61
231 . O CONCURSO | Pedro Vasconcelos – 1,86

Mondo Ozu

12 quinta-feira dez 2013

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Yasujirō Ozu


Por Filipe Furtado:

O último filme de Yasujiro Ozu recebeu por aqui o título de A ROTINA TEM SEU ENCANTO justamente porque os primeiros artigos a chegarem ao ocidente sobre o então misterioso mestre japonês destacam justamente esta ideia. O tempo passou e nos 50 anos que nos separam da morte do mestre japonês, Yasujiro Ozu deixou de ser o misterioso cineasta oriental – cujo burburrinho dizia ser ainda maior que Mizoguchi e Kurosawa, mas cujos filmes não chegavam ao ocidente por serem “japoneses demais” – para se tornar parte integral do imaginário cinéfilo. Ano passado quando da votação da Sight & Sound dos maiores filmes de todos os tempos, ERA UMA VEZ EM TÓQUIO apareceu no topo da lista dos cineastas.

Esta ideia do cineasta que torna o mundano encantador segue a principal porta de entrada para aqueles que têm o prazer de descobrir seu cinema pela primeira vez, mas é preciso também falar da consistência com que Ozu chegava a estes resultados. Quando falamos nos filmes de Ozu, sobretudo os dramas familiares do pós guerra (a primeira metade da sua carreira é mais eclética) pensamos sempre nos mesmos rostos, motivos dramáticos, cenários e a mesma câmera e ritmo entre cenas. Poucos cineastas são tão distintos e ao mesmo tempo trabalharam de forma a depurar-se e impedir que tal repetição trouxesse consigo qualquer desgaste. Há um muito reconhecível mundo de Ozu e um no qual para cinéfilo será sempre um grande prazer retornar. É algo tornado claro quando observarmos que todos os dez filmes destacados no ranking abaixo integram no momento o top 100 do ranking histórico da Liga.


Estando mais uma vez no terreno dos embates familiares, das cisões entre pais e filhos, Ozu faz o filme essencial sobre os sacrifícios, especialmente os que uma mãe faz para que o filho se torne homem, a despeito da dificuldade dele em lhe retribuir à altura. Impressionante como o diretor sintetiza tanta dor através do tempo cotidiano que passa pesaroso. Dói, mas é de uma compaixão enorme por seus personagens.
Rafael Carvalho



O que parece, a princípio, a história de 2 irmãos que têm de se adaptar a uma nova vizinhança e enfrentar um valentão e sua gangue se releva um drama de maior escopo, quando os garotos começam a questionar a imagem do pai após uma chocante descoberta. É um exemplo magistral do macro (a sociedade) sendo representado pelo micro (a família), num filme que poderia ser cruel, não fosse o diretor um espírito conciliador.
Marcelo Valletta



TAMBÉM FOMOS FELIZES, porque um autor completo, o cinema de Ozu, com suas constantes temáticas e estilísticas, pode ser visto como um único filme, um macrofilme cujas obras singulares são apenas variações sobre um mesmo tema. TAMBÉM FOMOS FELIZES é a segunda parte da trilogia de Noriko (Setsuko Hara), que, vivendo numa família dinâmica e equilibrada, precisa, no entanto, se casar e viver fora de casa. Retrato da sociedade japonesa com as mudanças ocorridas depois da Segunda Guerra Mundial.
André Setaro



Síntese do cinema de Ozu, aqui estão os temas, cenários, personagens e a sensibilidade do homem que sabia explorar o mesmo sem se repetir.
Chico Fireman



DIA DE OUTONO é mais uma obra-prima de Ozu: Com humor ímpar, relações de amizade e relações maternas, tudo se mistura para demonstrar o padrão cíclico da vida. A maestria do diretor japonês para expor o cotidiano é, ao mesmo tempo, encantadora e impressionante. A beleza simples de suas imagens faz com que os eventos vistos sejam ainda mais familiares e próximos. Uma maravilha para os olhos e o coração.
Cecilia Barroso



CREPÚSCULO EM TÓQUIO exemplifica bem a filmografia de Ozu e seu hábito de retratar dramas familiares. Aqui, o foco está no afeto paterno e no orgulho das aparências, mas há também o reconhecimento do erro e a perda desse orgulho. É uma obra que demonstra seres falíveis, que desistem quando a pressão aumenta e que não têm vergonha de demonstrar a necessidade de um gole para suportar o peso. Com a dor e a culpa, os personagens só podem retornar às suas rotinas, desta vez, acompanhados de uma conformada solidão.
João Paulo Barreto



Em BOM DIA, Ozu entrega uma visão muito peculiar sobre a classe média e seus anseios catalisados no desejo de duas crianças por uma televisão. Apesar de vir em uma embalagem colorida, leve e descontraída, é um trabalho que carrega uma pesada melancolia nas entrelinhas, onde vemos um Japão do pós-guerra e com uma identidade ainda confusa. Mas nada que afaste a paixão que o diretor tem pelos seus personagens.
Daniel Pilon



Em Breve…
Mauricio Ribeiro



PAI E FILHA é Ozu por excelência. Estão lá os conflitos domésticos e geracionais e o rigor formal. Ozu, como poucos, foi um fantástico retratista de seu tempo, acompanhando as mudanças socioculturais do Japão. PAI E FILHA inaugura sua terceira fase, a que sedimentou seu estilo (planos estáticos, câmera baixa etc). Não à toa, em 1949, ano posterior ao fim do controle dos EUA no cinema japonês. Seu caráter observacional não poderia se encaixar melhor do que no momento mais crítico de seu interesse.
Gabriel Carneiro



Foi o meu primeiro contato com Ozu. Em uma tarde qualquer de 2008, me preparava para dormir durante a aula. Mas eis que a sucessão de fotogramas naquela TV 14 polegadas me cativara de uma maneira impressionante. Não dá para confiar muito nas legendas. Mas não importa, a linguagem de Ozu é universal. A estrutura de uma família nunca foi tão bem capturada como aqui. Se a vida é decepcionante, ao menos nos resta o cinema.
Mateus Nagime


Filmografia Ozu

1 . ERA UMA VEZ EM TÓQUIO | Yasujiro Ozu – 9,81
2 . PAI E FILHA | Yasujiro Ozu – 9,05
3 . FLOR DE EQUINOCIO | Yasujiro Ozu – 9,05
4 . BOM DIA | Yasujiro Ozu – 9,04
5 . CREPUSCULO EM TÓQUIO | Yasujiro Ozu – 8,93
6 . DIA DE OUTONO | Yasujiro Ozu – 8,93
7 . A ROTINA TEM SEU ENCANTO | Yasujiro Ozu – 8,91
8 . TAMBEM FOMOS FELIZES | Yasujiro Ozu – 8,85
9 . MENINOS DE TÓQUIO | Yasujiro Ozu – 8,81
10 . FILHO ÚNICO | Yasujiro Ozu – 8,77
11 . O SABOR DO CHÁ VERDE SOBRE O ARROZ | Yasujiro Ozu – 8,43
12 . UMA HISTÓRIA DE ERVAS FLUTUANTES | Yasujiro Ozu – 8,36
13 . ERA UMA VEZ UM PAI | Yasujiro Ozu – 8,25
14 . FIM DE VERÃO | Yasujiro Ozu – 8,00
15 . CORAL DE TÓQUIO | Yasujiro Ozu – 7,63
16 . DIAS DE JUVENTUDE | Yasujiro Ozu – 7,29
*** . ONDE ESTÃO OS SONHOS DA JUVENTUDE? | Yasujiro Ozu – 8,92
*** . CORAÇÃO CAPRICHOSO | Yasujiro Ozu – 8,17
*** . ERVAS FLUTUANTES | Yasujiro Ozu – 9,60
*** . MULHER DE TÓQUIO | Yasujiro Ozu – 7,90
*** . A DELINQUENTE | Yasujiro Ozu – 7,80
*** . COMEÇO DE PRIMAVERA | Yasujiro Ozu – 9,25
*** . UMA GALINHA NO VENTO | Yasujiro Ozu – 8,63
*** . AS IRMÃS MUNEKATA | Yasujiro Ozu – 8,25
*** . FUI REPROVADO MAS | Yasujiro Ozu – 8,13
*** . A MULHER DAQUELA NOITE | Yasujiro Ozu – 8,00
*** . ESTALAGEM EM TÓQUIO | Yasujiro Ozu – 8,00
*** . OS IRMÃOS DA FAMILIA TODA | Yasujiro Ozu – 7,88
*** . THE RECORD OF A TENEMENT GENTLEMAN | Yasujiro Ozu – 9,33
*** . O ATOR TOKKAN KOZÔ | Yasujiro Ozu – 8,83
*** . A SENHORA E O SEI FAVORITO | Yasujiro Ozu – 8,83
*** . WHAT DID THE LADDY FORGET? | Yasujiro Ozu – 8,75
*** . MÃE TEM QUE SER AMADA | Yasujiro Ozu – 8,25
*** . ANDE ALEGREMENTE | Yasujiro Ozu – 7,00
*** . RIVAIS A JAPONESA | Yasujiro Ozu – 8,00
*** . A DANÇA DO LEÃO | Yasujiro Ozu – SEM NOTA


Na condição de cineasta que cravou para si um universo muito especifico, Yasujiro Ozu é ao mesmo tempo uma influência frequente em outros realizadores que lidam com relações familiares e um realizador de estilo inimitável. Este ranking paralelo fui curado de forma a permitir um recorte amplo da relação de Ozu com a história do cinema. Primeiro os filmes do qual ele era conhecido fã na virada da década de 20/30 quando era um grande consumidor de cinema americano, depois um olhar sobre os seus conterrâneos da indústria japonesa tanto os mais conhecidos (Mizoguchi, Kurosawa) como aqueles que também mereciam sê-lo (Naruse, Shimizu). Por fim, um amplo painel da sua influência começando por seus assistentes como Shohei Imamura e Masahiro Shinoda que ao passarem a direção encararam no como um pai que precisavam renegar e chegando até cineastas e filmes contemporâneos como Hou Hsiao-Hsien e Yoji Yamada que abraçam a sua influência e por vezes realizam filmes em que ela está em primeiro plano.


James Cagney assustou o mundo como o “Inimigo público” do filme de William Wellman. No começo do filão dos chamados “filmes de gângsters”, este então desconhecido ator deixou sua marca com rajadas de metralhadora e de palavras. Falando rápido, atirando ou enfiando uma laranja na cara de Mae Clarke, Cagney deixou desde cedo bem claro que sua carreira e o novo gênero tinham chegado para ficar.
Marcelo Rennó



Kiyoshi Kurosawa é conhecido por dirigir filmes de terror. SONATA DE TÓQUIO não se enquadra exatamente no gênero, mas, intimamente, seus personagens estão sendo assombrados – pelo desemprego, pela desconfiança, pela falta de esperança. A família Sasaki enfrenta um inquietamento existencial, mas seus membros tentam manter as aparências, algo que vai além de um mero mecanismo de defesa. E não deixa de ser curioso que o ladrão, que normalmente seria o vilão da história, seja também uma vítima.
Renato Silveira



A câmara de Hirokazu Koreeda filma os silêncios dos espaços, das personagens e do seu quotidiano, com uma aparente simplicidade que descortina afinal toda a dinâmica complexa de uma família e os seus segredos. Drama sútil, elegante e delicado como raramente se viu em cinema, SEGUINDO EM FRENTE é um exercício virtuoso de cinema, mas também uma lição de como olhar a vida e a sua intimidade.
Thiago Ramos



A CRUZ DOS ANOS é um dos mais importantes e belos filmes já feitos sobre a terceira idade. Embora se trate de um melodrama, o registro de Leo McCarey é até bastante realista, antecedendo o neorrealismo italiano e encontrando paralelos com a obra de Ozu, cineasta tão carinhoso com os idosos, que aqui aparecem como estorvos para os filhos. Não para os espectadores, que sofrem junto com eles essa nova realidade cruel.
Ailton Monteiro



A imagem icônica de Carlitos com um sorriso ingênuo, mordendo os lábios com seu dedo enquanto segura uma rosa, olhando para a jovem florista cega pela qual se apaixona, produz um tom mágico de uma cena clássica da história do cinema. Os bastidores da produção, entretanto, faziam contraponto às imagens criadas para o filme, Chaplin e Virginia Cherrill se desentendiam constantemente, e tudo isto parecia de forma antagônica aumentar a força imagética da relação amorosa dos personagens na fantasia do cinema.
Wendell Borges


Mondo Ozu
1 . LUZES DA CIDADE | Charles Chaplin – 9,71
2 . A CRUZ DOS ANOS | Leo Mccarey – 9,00
3 . SEGUINDO EM FRENTE | Hirozu Kore-Eda – 8,86
4 . SONATA DE TÓQUIO | Kiyoshi Kurosawa – 8,55
5 . O INIMIGO PUBLICO | William Wellman – 8,31
6 . VIVER | Akira Kurosawa – 8,23
7 . CAFÉ LUMIERE | Hou Hsiao-Hsien – 8,13
8 . MADADAYO | Akira Kurosawa – 8,05
9 . 35 DOSES DE RUM | Claire Denis – 7,97
10 . HANA-BI – FOGOS DE ARTÍFICIO | Takeshi Kitano – 7,88
11 . OSSOS | Pedro Costa – 7,86
12 . O CAMPEÃO | King Vidor – 7,79
13 . ANATOMIA DO MEDO | Akira Kurosawa – 7,79
14 . TÓQUIO GA | Win Wenders – 7,44
15 . CINCO | Abbas Kiarostami – 7,44
16 . MISHIMA | Paul Schrader – 7,31
17 . STRANGER THAN PARADISE | Jim Jamursch – 7,18
*** . JUIZ PRIEST | John Ford – 8,67
*** . DOCAS DE NOVA YORK | Josef Von Sternberg – 8,90
*** . OS 47 RONIN | Kenji Mizoguchi – 8,50
*** . A VIDA DE OHARU | Kenji Mizoguchi – 8,40
*** . UMA FAMILIA EM TÓQUIO | Yoji Yamada – 8,30
*** . CIDADE DAS TRISTEZAS | Hou Hsiao-Hsien – 7,13
*** . PORCOS E COURAÇADOS | Shohei Imamura – 9,17
*** . CONTO DOS CRISANTEMOS TARDIOS | Kenji Mizoguchi – 9,00
*** . FILHA ESPOSA E MÃE | Mikio Naruse – 9,25
*** . O BAMBA DA ZONA | Raoul Walsh – 9,00
*** . BATALHA DE ROSAS | Mikio Naruse – 9,00
*** . AS IRMÃS MAKIOKA | Kon Ichikowa – 8,00
*** . O RETORNO DE CARMEN | Keisuke Kinoshita – 6,25
*** . INTROSPECTION TOWER | Hiroshi Shimizu – 9,00
*** . EROS + MASSACRE | Kiju Yoshida – 9,00
*** . RABANETES E CENOURAS | Minoru Shibuya – 8,50
*** . A BROTHER AND HIS SISTER | Yasujiro Shimazu – 8,00
*** . DUPLO SUICIDIO | Masahiro Shinoda – 8,00


Ranking Geral
1 . ERA UMA VEZ EM TÓQUIO | Yasujiro Ozu – 9,81
2 . A PALAVRA | Carl Theodor Dreyer – 9,72
3 . LUZES DA CIDADE | Charles Chaplin – 9,71
4 . JANELA INDISCRETA | Alfred Hitchcock – 9,66
5 . UM CORPO QUE CAI | Alfred Hitchcock – 9,61
6 . A TURBA | King Vidor – 9,58
7 . PSICOSE | Alfred Hitchcock – 9,56
8 . CREPÚSCULO DOS DEUSES | Billy Wilder – 9,55
9 . ONDE COMEÇA O INFERNO | Howard Hawks – 9,54
10 . TRÊS HOMENS EM CONFLITO | Sergio Leone – 9,52
11 . O PODEROSO CHEFÃO | Francis Ford Coppola – 9,50
12 . 2001 – UMA ODISSÉIA NO ESPAÇO | Stanley Kubrick – 9,50
13 . CIDADÃO KANE | Orson Welles – 9,43
14 . O PODEROSO CHEFÃO II | Francis Ford Coppola – 9,43
15 . TAXI DRIVER | Martin Scorsese – 9,40
16 . LUZES DA CIDADE | Charlie Chaplin – 9,39
17 . O ESPÍRITO DA COLMÉIA | Víctor Erice – 9,36
18 . OURO E MALDIÇÃO | Erich von Stroheim – 9,29
19 . IMPÉRIO DO CRIME | Joseph H. Lewis – 9,29
20 . PERSONA | Ingmar Bergman – 9,26
21 . TABU | Miguel Gomes – 9,25
22 . LARANJA MECÂNICA | Stanley Kubrick – 9,23
23 . QUANTO MAIS QUENTE MELHOR! | Billy Wilder – 9,22
24 . OS IMPERDOÁVEIS | Clint Eastwood – 9,22
25 . PARAÍSO INFERNAL | Howard Hawks – 9,22

Mondo Harryhausen

22 domingo set 2013

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Ray Harryhausen


Por Gabriel Carneiro:


Ray Harryhausen nos deixou no último 7 de Maio. Estava com 92 anos, com a saúde um tanto debilitada e afastado daquilo que lhe deu fama desde 1981, quando fez a FÚRIA DE TITÃS – depois até chegou a fazer algumas pontas em filmes de fãs, como John Landis. Harryhausen, é importante ressaltar, não ficou famoso por ser o criador dos efeitos especiais de um bocado de filmes que fez bastante sucesso, e sim por sua incomparável capacidade de dar expressões a bonecos articulados, criados com massinha, arames, madeira e outros materiais cênicos. Havia, em seus personagens, um incrível humanismo, mesmo seus objetos inanimados traziam muita vida – é só ver A INVASÃO DOS DISCOS VOADORES.

Nascido em Los Angeles, em 1920, Harryhausen decidiu fazer cinema ao ver KING KONG, em 1933. Começou fazendo experiências na garagem de sua casa, articulando bonecos e filmando com uma camereta 16mm. A primeira chance profissional se deu como animador na série PUPPETOONS, em 1940. Mas veio a 2ª Guerra Mundial e o sujeito partiu para a Europa, fazendo documentários, ao lado de, entre outros, Frank Capra. De volta aos EUA, realizou uma série de animações intituladas “The Mother Goosie Stories” – destaque para “Humpty Dumpty”. A coisa engrenou quando foi chamado pelo seu mestre para fazer parte de sua equipe em O MONSTRO DO MUNDO PROIBIDO, que levou o primeiro Oscar da categoria efeitos especiais.


Ray especializou-se nos filmes fantásticos, primeiro nas ficções científicas, como O MONSTRO DO MAR, O MONSTRO DO MAR REVOLTO, A INVASÃO DOS DISCOS VOADORES, A VINTE MILHÕES DE MILHAS DA TERRA e OS PRIMEIROS HOMENS NA LUA, e posteriormente nos filmes de fantasia, em especial nos épicos de mitologia. Seus três Simbad (SIMBAD E A PRINCESA, A NOVA VIAGEM DE SIMBAD e SIMBAD E O OLHO DO TIGRE), FÚRIA DE TITÃS e JASÃO E O VELO DE OURO são perfeitos exemplos. Embrenhou-se também por histórias clássicas, como AS VIAGENS DE GULLIVER e A ILHA MISTERIOSA. Criou, assim, seres que povoaram a mente de fãs do gênero – e encantaram e influenciaram a criançada -, como a Medusa, de FÚRIA DE TITÃS, o Ciclope, de SIMBAD E A PRINCESA, e o exército de esqueletos, de JASÃO E O VELO DE OURO.

Não só, Harryhausen revolucionou a indústria dos efeitos ao baratear o processo de feitura de stop motion com imagens live action, com seu método, o Dynamation. Até então, usava-se pinturas em vidros para criar o efeito, um artifício caro e que consumia bastante tempo. O Dynamation consistia em três camadas sobrepostas para integrar animação e live action. Em uma tela translúcida, a filmagem live action era projetada e funcionava como fundo. À sua frente, ficava a mesa da animação, e em seguida vinha um vidro fosco onde Harryhausen pintava de preto o que deveria ficar em primeiro plano da filmagem em live action. Ele filmava uma passagem com os movimentos da animação e o fundo, deixando uma parte do filme sem exposição. Ele então rebobinava esse filme, pintava de preto no vidro o equivalente às partes já expostas, e rodava o que ficaria em primeiro plano e havia sido apagado na primeira passagem.


Harryhausen eventualmente virou produtor e força criativa de seus filmes. Com Charles H. Schneer, que apostou em seu potencial, criou parceria que duraria até o fim. Juntos, produziram histórias de interesse de Ray, visando, claro, o interesse do público. Harryhausen fez quase tudo sozinho – apenas nos últimos filmes contou com assistentes -, dirigindo inclusive as cenas de efeitos, o que lhe dava controle da produção: suas criações eram as estrelas.

Glorious victory over the wrong-end-of-the-egg scum!



Adaptar o texto de Jonathan Swift foi o desafio de Jack Sher, mas não seria errado dizer que o desafio maior foi o de Ray Harryhausen, já que recriar o mundo de Lilliput nos anos 60 era uma tarefa praticamente impossível. Ray conseguiu e apesar do filme hoje parecer datado e bastante infantilizado, a magia de iludir o público quanto ao tamanho dos habitantes da paradisíaca ilha perdida pelo tempo permanece.
Alexandre Landucci


As you were, Sergeant.
Unidentified Flying Object reported flying due West, sir. Probably a buzzard.



Um dos hits de bilheteria de 1956, este longa dirigido por Fred F. Sears teve em sua concepção a participação do grande Ray Harryhousen, mestre na arte do stop-motion. A trama apresenta a luta de um casal de cientistas que trabalham para o governo para deter o ataque de alienígenas que ameaçam dominar o planeta terra. A onda tecnológica da época girava em torno do lançamento de satélites como o russo Sputnik (1957) e o norte-americano Explorer 1 (1958), cujo projeto já havia sido anunciado. O longa refletia, então, o interesse do público em torno desta revolução tecnológica.
Wendell Borges


Kill! Kill him!



Filmar uma história de piratas hoje demanda toneladas de CGI para maquiar uma trama desnecessariamente complicada. Já nos anos 50, bastava juntar alguns caras dispostos a narrar na tela uma aventura fantástica que uma criança poderia imaginar. O diretor Nathan Juran era dessa turma e encontrou em Ray Harryhausen o parceiro perfeito para nos fascinar com seus monstros em Dynamation. Pura e verdadeira magia do cinema.
Renato Silveira


Look at that bee!
That’s not a bee, it’s a mosquito!



Ray Harryhausen precisou de mais de um ano após as filmagens de O OLHO DO TIGRE para fazer todo o trabalho de animação que acompanha a aventura do marinheiro Sinbad em sua jornada para levar um príncipe transformado em babuíno às terras de Ademaspai para restaurá-lo em sua forma humana a tempo de sua coroação. No caminho, precisa lidar com Zenobia, uma bruxa maligna, e as criaturas fantásticas que só poderiam ter saído da mente de Harryhausen e que até hoje não perderam o poder de fascinação.
Ronald Perrone


Pray to the gods, Jason!
The Gods of Greece are cruel! In time, all men shall learn to live without them.



O segundo longa aonde Ray Harryhausen usou a técnica do Stop-Motion, nem de longe é um filme perfeito: Dirigido por Don Cheffay, falta a essa adaptação da mitologia grega, uma dramaturgia mais elaborada. Mas se peca pelo roteiro superficial, ganha pelos monstros criados por esse artesão genial. Um verdadeiro deleite visual, um pouco artificial, mas um grande trabalho, onde reside boa parte de magia (da sétima arte).
Celo Silva


Filmografia Harryhausen

1 . JASÃO E O VELO DE OURO | Don Chaffey – 7,65
2 . SIMBAD E O OLHO DO TIGRE | Sam Wanamaker – 7,56
3 . SIMBAD E A PRINCESA | Nathan Juran – 7,50
4 . A INVASÃO DOS DISCOS VOADORES | Fred F. Sears – 7,50
5 . AS VIAGENS DE GULLIVER | Jack Sher – 7,28
6 . A NOVA VIAGEM DE SIMBAD | Gordon Hessler – 7,22
7 . A 20 MILHÕES DE MILHAS DA TERRA | Nathan Juran – 6,90
8 . FÚRIA DE TITÃS | Desmond Davis – 6,69
9 . PODEROSO JOE | Ron Underwood – 5,96
10 . MIL SÉCULOS ANTES DE CRISTO | Don Chaffey – 5,86
11 . UM TIRA DA PESADA III | John Landis – 5,80
*** . O MONSTRO DO MAR | Eugene Lourie – 7,17
*** . O MONSTRO DO MAR REVOLTO | Robert Gordon – 7,42
*** . O MONSTRO DO MUNDO PROIBIDO | Ernest B. Shoedsack – 7,10
*** . A ILHA MISTERIOSA | Cy Endfield – 6,20
*** . OS ESPIÕES QUE ENTRARAM NUMA FRIA | John Landis – 7,50
*** . OS PRIMEIROS HOMENS NA LUA | Nathan Juran – 7,50
*** . O MILAGRE DA VIDA | Irwin Allen – 5,00
*** . O VALE PROIBIDO | Jim O’Connoly – 6,67
*** . BURKE AND HARE | John Landis – 5,75
*** . AS CRÔNICAS DE HARRYHAUSEN | Richard Schickel – 6,75
*** . RAY HARRYHAUSEN: SPECIAL EFFECTS TITAN | Gilles Penso – 8,00
*** . THE PUPPETOON MOVIE | Arnold Leibovit – SEM NOTA
*** . THE BONEYARD COLLECTION | Edward L. Plumb – SEM NOTA


Parece pouca coisa, olhando a filmografia de Ray Harryhausen: São 16 longas, mais um bocado de curtas. Mas esse sujeito revolucionou a indústria dos efeitos especiais ao redor do mundo e influenciou um montão de gente. Seus filmes podem não ter sido marcos na história do cinema, mas sua habilidade, técnica e capacidade criativa influenciaram as mais diversas pessoas, de cineastas consagrados como Steven Spielberg, George Lucas, John Landis, James Cameron, Peter Jackson e Tim Burton, além de vários mestres dos efeitos, como Rick Baker, Tom Savini e Rob Bottin, e outros tantos animadores, como Nick Park.


Devoto de Willis O’Brien, um dos criadores da técnica de stop motion, que Harryhausen abraçou como propósito de vida após ver e se encantar com KING KONG (1933), de Merian C. Cooper e Ernest B. Shoedshack, o animador dedicou-se ao mundo do fantástico, muito por conta dos filmes que o influenciaram na juventude – alguns desses filmes estão compilados na lista desse Mondo Harryhausen, como o visionário e ousadíssimo MONSTROS, de Tod Browning, e a animação psicodélica FANTASIA, da Disney. Harryhausen trabalharia em uma oportunidade, como técnico, com seu mestre, em O MUNDO DO MONSTRO PROIBIDO, animando boa parte do filme.

Desde que começou a trabalhar profissionalmente, o gênio de Harryhausen teve efeitos sobre outros filmes, vários contemporâneos com quem trabalhou, como o cineasta George Pal – com quem fez a série animada Puppetoons, em 1940; Pal posteriormente faria A MÁQUINA DO TEMPO (1960) e AS 7 FACES DO DR. LAO (1964), entre outros, bebendo de Harryhausen -, o próprio O’Brien, em O MONSTRO SUBMARINO, e Ishirô Honda ao recriar no Japão sua versão de O MONSTRO DO MAR, o GODZILLA.


A importância de Harryhausen foi tão grande que, mesmo se aposentando após FÚRIA DE TITÃS, foi homenageado por inúmeras animações (MONSTROS S.A., A NOIVA CADÁVER, WALLACE & GROMIT, entre outras) e por blockbusters fantásticos (JURASSIC PARK, O SENHOR DOS ANÉIS, A MÚMIA, UMA NOITE ALUCINANTE 3). Não à toa, foi reconhecido pela Academia de Cinema norte-americana, ganhando um Oscar honorário em 1992.

Esse mondo, bem, também não deixa de ser também um tributo a esse sujeito que levou, como poucos, o cinema à categoria de sonho:


Um filme que se nutre do fantástico, flerta com as tramoias políticas, tem pitadas de romance (e até uma insinuação sexual incrivelmente subliminar). Mas é, no fundo, um conto infantil dos mais graciosos, banhado de ingenuidade, ainda que o Dr. Lao e sua trupe escancarem certas mentalidades tacanhas. É o poder da fantasia contra os moralismos e ignorâncias do mundo. E o mundo é mesmo um circo, mágico e maravilhoso.
Rafael Carvalho



Com JURASSIC PARK, Spielberg nos fez acreditar que os dinossauros estavam novamente andando sobre a Terra. E ainda retomou o sensacional tom de suspense de seu clássico TUBARÃO. Só que usando bem menos água (alguns copos apenas) para alcançar o mesmo resultado: Tensão total. Mais do que ótimos efeitos especiais, o filme é especial por criar cenas antológicas que já estão no inconsciente coletivo do universo pop.
William Wilson



Oito décadas depois, MONSTROS ainda choca e constrange pela frontalidade de seus corpos estranhos, aberrantes e, acima de tudo, reais. Mas o que fez esse body horror de Browning envelhecer tão bem é a empatia transmitida pelos tais monstros circenses. Ver o mundo através de seus olhos evidencia que o grotesco não se encontra em deformações físicas, mas nos desvios de caráter dos apresentáveis e comuns.
Felipe Moraes



De vez em quando, o cinema surge imenso, grandioso, monumental em frente aos nossos olhos. Mais do que apenas inaugurar tecnologias, esses filmes de proporções gigantescas viabilizam sonhos. Uns recriam universos, outros inaugura fantasias. A primeira encarnação de King Kong foi um destes marcos. A partir dali, o cinema mudou. A imaginação ganhou novas dimensões. E o topo do Empire State nunca mais foi o mesmo.
Chico Fireman



Coletânea de “Silly Symphonies”, eis a arte pela arte, ou a “arte” por Disney, “o filme que faria de Bethoven um grande sucesso”. Na verdade, uma FANTASIA, a meditação gótica banhada em música clássica e impregnada de sombrias visões de medo, solidão, contrição e tristeza. Sim, um exercício intelectual e como tal, sobrecarregado de autoconsciência, tão estranho e fascinante como qualquer obra de arte. E esse era o objetivo.
Mauricio Ribeiro


Mondo Harryhausen
1 . FANTASIA | Vários Diretores – 8,71
2 . KING KONG | Ernest B. Shoedsack & Merian C. Cooper – 8,69
3 . MONSTROS | Tod Browning – 8,55
4 . JURASSIC PARK | Steven Spielberg – 8,31
5 . AS SETE FACES DO DR. LAO | George Pal – 8,28
6 . O EXTERMINADOR DO FUTURO | James Cameron – 8,19
7 . O LADRÃO DE BAGDÁ | Michael Powell, Ludwig Berger & Tim Whelan – 8,13
8 . GUERRA NAS ESTRELAS – EP.V | George Lucas – 8,10
9 . MONSTROS S.A | Pete Docter & David Silverman – 8,09
10 . O SENHOR DOS ANÉIS – A SOCIEDADE DO ANEL | Peter Jackson – 7,93
11 . GODZILLA, O MONSTRO DO MAR | Ishirô Honda – 7,89
12 . O SENHOR DOS ANÉIS – O RETORNO DO REI | Peter Jackson – 7,81
13 . O ESTRANHO MUNDO DE JACK | Henry Sellick – 7,78
14 . O SENHOR DOS ANÉIS – AS DUAS TORRES | Peter Jackson – 7,73
15 . GUERRA NAS ESTRELAS – EP.IV | George Lucas – 7,69
16 . A FUGA DAS GALINHAS | Nick Park – 7,63
17 . O MUNDO PERDIDO | Harry O. Hoyt – 7,50
18 . A NOIVA CADÁVER | Tim Burton – 7,43
19 . KING KONG | Peter Jackson – 7,40
20 . WALLACE & GROMIT: A BATALHA DOS VEGETAIS | Nick Park – 7,22
21 . FRANKENWEENIE | Tim Burton – 7,17
22 . PIRANHA | Joe Dante – 7,12
23 . UMA NOITE ALUCINANTE 3 | Sam Raimi – 7,11
24 . GUERRA NAS ESTRELAS – EP.VI | George Lucas – 7,09
25 . MARTE ATACA! | Tim Burton – 7,02
26 . GUERRA DOS MUNDOS | Byron Haskin – 6,90
27 . DAQUI A CEM ANOS | William Cameron Menzies – 6,75
28 . A MÚMIA | Stephen Sommers – 5,91
29 . FÚRIA DE TITÃS | Louis Leterrier – 4,52
*** . ZAROFF, O CAÇADOR DE VIDAS | Ernest B. Shoedsack & Irving Pichel – 7,75
*** . O MONSTRO SUBMARINO | Eugene Lourie – 5,83
*** . QUANDO OS DINOSSAUROS DOMINAVAM A TERRA | Val Guest – 6,33
*** . STARCRASH | Luigi Cozzi – 5,67
*** . O FILHO DE KONG | Ernest B. Shoedsack – 7,00
*** . UM MILHÃO DE ANOS ANTES DE CRISTO | Hal Roach & Hal Roach Jr. – 7,00
*** . THE NAKED MONSTER | Ted Newsom – 8,50
*** . ELA, A FEITICEIRA | Lansing C. Holden & Irving Pichel – SEM NOTA


Ranking Geral
1 . A PALAVRA | Carl Theodor Dreyer – 9,72
2 . JANELA INDISCRETA | Alfred Hitchcock – 9,66
3 . UM CORPO QUE CAI | Alfred Hitchcock – 9,61
4 . A TURBA | King Vidor – 9,58
5 . PSICOSE | Alfred Hitchcock – 9,56
6 . CREPÚSCULO DOS DEUSES | Billy Wilder – 9,55
7 . ONDE COMEÇA O INFERNO | Howard Hawks – 9,54
8 . TRÊS HOMENS EM CONFLITO | Sergio Leone – 9,52
9 . O PODEROSO CHEFÃO | Francis Ford Coppola – 9,50
10 . 2001 – UMA ODISSÉIA NO ESPAÇO | Stanley Kubrick – 9,50
11 . CIDADÃO KANE | Orson Welles – 9,43
12 . O PODEROSO CHEFÃO II | Francis Ford Coppola – 9,43
13 . TAXI DRIVER | Martin Scorsese – 9,40
14 . LUZES DA CIDADE | Charlie Chaplin – 9,39
15 . O ESPÍRITO DA COLMÉIA | Víctor Erice – 9,36
16 . OURO E MALDIÇÃO | Erich von Stroheim – 9,29
17 . IMPÉRIO DO CRIME | Joseph H. Lewis – 9,29
18 . PERSONA | Ingmar Bergman – 9,26
19 . TABU | Miguel Gomes – 9,25
20 . LARANJA MECÂNICA | Stanley Kubrick – 9,23
21 . QUANTO MAIS QUENTE MELHOR! | Billy Wilder – 9,22
22 . OS IMPERDOÁVEIS | Clint Eastwood – 9,22
23 . PARAÍSO INFERNAL | Howard Hawks – 9,22
24 . A GRANDE ILUSÃO | Jean Renoir – 9,17
25 . JOGO DE CENA | Eduardo Coutinho – 9,15


ranking geral, top20

25 domingo ago 2013

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Eu tenho certeza de que ainda não vi meu filme favorito. Gostaria mesmo de acreditar nisso porque o que me instiga como cinéfilo, o que movimenta minha paixão pelo cinema, além de conhecer tudo o que já foi feito até agora – tudo mesmo -, é imaginar que vem muito mais pela frente. Minha lista de filmes favoritos muda a cada semana, mas não é por isso que eu deixo de fazê-la e refazê-la. Redescobrir filmes antigos é delicioso, conhecer pérolas escondidas talvez seja melhor, ir ao cinema e assistir a um filme que enche teus olhos e conversa com você não tem preço.

Na Liga dos Blogues Cinematográficos, eu encontrei muita gente como eu, que ama cinema, escreve sobre cinema e não tem pudores em listar cinema. E olha que listar qualquer coisa pode ser meio arbitrário, seja sozinho ou no coletivo. Há dez anos, a Liga elege seus filmes favoritos. Talvez só tenha sentido para os integrantes do grupo. Mas talvez colocar os títulos que mais representam este conjunto de pessoas num ranking ajude a fazer outras pessoas assistirem obras que elas nunca pensariam em ver.

Entre o altruísmo e o egoísmo, fico com o caminho do meio. Afinal, eu tenho certeza de que ainda não vi o meu filme favorito. A relação que está neste post não é definitiva, nem parte de estudos científicos, mas da combinação de gostos pessoais. Nossa maior pretensão não é ser a Sight & Sound, mas ver o que nossa mistura dá. E a lista que você lê agora é o que a Liga é agora. O grupo muda, as opiniões mudam, a lista muda. O que continua são essas compulsões malucas que ajudam a manter a Liga há tanto tempo: o amor pelo cinema e a busca por nosso filme favorito.

Chico Fireman



20 . LARANJA MECÂNICA | Stanley Kubrick – 9,23

A jornada do personagem Alex é feita de abusos. Abuso dos outros por ele, assim como por conta do governo que lhe força uma educação deturpada. Por pior que seja o comportamento do jovem, tomar seu livre arbítrio é ainda mais terrível. Kubrick constrói essa reflexão sem perder de vista os diversos contextos sociais que levaram Alex a tomar tanto gosto pelo que o próprio personagem chama de ultraviolência. Tudo com o olhar estético de um gênio, em que cada imagem é linda e significativa.
Vinícius Brandão


19 . TABU | Miguel Gomes – 9,25

A estratégia, aqui, é colocar o melodrama ao fundo, como se fosse um espelho para o espectador olhar e se lamentar. Então, uma voz onipresente guia essa história, contada como antes se contavam as histórias, quando o cinema mudo era cinema e a verdadeira arte do atores era simples interpretação e expressão. Gomes não exagera, não confunde. Conta seu filme aos poucos, da forma mais simples e ingênua, como os grandes autores faziam em preto e branco.
Mauricio Ribeiro


18 . PERSONA | Ingmar Bergman – 9,26

Como um sonho: Persona expõe suas personagens através de monólogos que sugam a nós, espectadores, para dentro da complexidade de um ser humano: seu silêncio, seus sacrifícios e seus maiores pecados. Assombrando e sufocando.
Pips


17 . IMPÉRIO DO CRIME | Joseph H. Lewis – 9,29

Há um momento em O IMPÉRIO DO CRIME que sempre fica na memória quando um gangster é executado e seus assassinos retiram seu aparelho de audição e com isso o filme corta o som e nos dá a experiência da morte em primeira pessoa. Todo O IMPÉRIO DO CRIME é composto de momentos assim. Filme engenhoso parceria de invenção entre o diretor Joseph H. Lewis e o fotografo John Alton sempre pronta a nos encantar e surpreender.
Filipe Furtado


16 . OURO E MALDIÇÃO | Erich von Stroheim – 9,29

Afresco naturalista à Emile Zola, onde não faltam os detalhes escabrosos, OURO E MALDIÇÃO, sobre ser uma obra-prima da estética da arte muda, é um filme, no entanto, que configura o universo megalomaníaco e extravagante de um insólito realizador. Falso dentista ganha fortuna, casa-se e, numa noite de embriagues, mata a mulher. Tudo neste filme exala podridão, decrepitude e morte. Mas, estranhamente, de sua fealdade nasce a beleza.
André Setaro


15 . O ESPÍRITO DA COLMÉIA | Víctor Erice – 9,36

Realizado na época da ditadura de Francisco Franco e narrado em tom de fábula, esta obra de Víctor Erice tem na beleza de sua fotografia e na tensa narrativa minimalista, além da doce atuação de Anna Torrent, elementos que o colocam como uma daquelas obras raras de grande apuro técnico e artístico. A trama se passa em uma vila rural afastada durante a segunda guerra mundial onde uma garotinha entra em um mundo de descobertas e fantasia após assistir FRANKENSTEIN (1933) de James Whale.
Wendell Borges


14 . LUZES DA CIDADE | Charlie Chaplin – 9,39

Não há em LUZES DA CIDADE cena tão icônica quanto o passeio pelas engrenagens ou a dança dos pãezinhos. Há Chaplin em sua essência, o vagabundo de olhar inconfundível, aqui confundido com um milionário por uma florista cega por quem se apaixona. A rua, parceria dos filmes de Carlitos, é importante personagem deste que é uma de suas histórias mais aclamadas, exposta em marginalidade, mas esperançosa ao ser povoada por figuras tão especiais quanto o próprio Chaplin.
Edson Burg


13 . TAXI DRIVER | Martin Scorsese – 9,40

Poderia ter sido diferente. DePalma seria o diretor, Griffith e Basinger eram as primeiras opções para o papel de Iris, Fawcett era a favorita dos produtores, Phillips para o papel de Betsy, Herrmann não queria fazer sua trilha e Pacino seria Travis Bickle. Mas dizem por aí que só existe uma maneira perfeitamente correta de se contar uma história no cinema – e assim nasceu o maior conto da patologia da solidão que o cinema já viu, um dos seus maiores anti-heróis e uma história impactante da busca pela redenção.
Ana Clara


12 . O PODEROSO CHEFÃO II | Francis Ford Coppola – 9,43

Muito se fala sobre a importância dos anos 70 para uma geração de cineastas norte-americanos dispostos a retocar a gramática do cinema de grandes estúdios. Dentro dessa ideia (que não deixa de ser uma generalização), é impossível desconsiderar o segundo O PODEROSO CHEFÃO como um dos exemplos mais grandiosos da engenharia complicada que diretores como Coppola e Scorsese praticaram. Talvez por isso mesmo, entre as maiores lembranças que tenho do filme não está ações de personagens ou cenas específicas: mas a imagem da incrível ambição de um cineasta que, com pretensões ao mesmo tempo épicas e íntimas, conseguiu refazer, ampliar, contorcer e expor arestas de uma história que, de alguma forma, ele já havia contado. Como se explodisse o primeiro filme em centenas de cacos, Coppola criou uma obra-prima de fragmentos. Que às vezes até se completam.
Tiago Superoito


11 . CIDADÃO KANE | Orson Welles – 9,43

Rosebud, com um balbuciar de uma palavra, Orson Welles nos ensinou a transformar uma biografia em um filme de suspense delicioso. A ficção nos apresenta um roteiro que desmistifica manuais e utiliza o flashback de maneira criativa e instigante. Da mesma maneira que a utilização da profundidade de campo, do jogo com espelhos, da montagem. Não por acaso, dizem que nada mais foi criado no cinema após CIDADÃO KANE
Amanda Aouad


10 . 2001 – UMA ODISSÉIA NO ESPAÇO | Stanley Kubrick – 9,50

Inovador pela sua estética e efeitos, esta obra-prima é um dos filmes mais complexos do cinema. Kubrick nos conduz a uma viagem visual, com direito a uma elipse de quatro milhões de anos, pela evolução humana. Marcante pelo uso da música como elemento inseparável da narrativa e minimizando diálogos, 2001 – UMA ODISSÉIA NO ESPAÇO é uma experiência subjetiva, um filme mais para se sentir do que para se entender.
Mila Ramos


9 . O PODEROSO CHEFÃO | Francis Ford Coppola – 9,50

Da mesma década que nasceu o primeiro filme de certa trilogia que mudou a maneira de se fazer cinema, persiste a influência e poder do primogênito de outra, que é prova de cinema criado e defendido por cineastas autorais, capazes de não ceder a interesses secundários quando tem uma câmera a mão. Somente um criador deste tipo seria capaz de transformar um provável filme bang-bang sobre o declínio da máfia em uma saga sobre a mais sagrada das instituições, a família. Hipnótico sem sangue grátis, sem efeitos e sem sabres de luzes, O PODEROSO CHEFÃO consegue fugir fácil do simples etiquetamento de clássico.
Roger Kiihl


8 . TRÊS HOMENS EM CONFLITO | Sergio Leone – 9,52

Caracterizando para descaracterizar: esta é uma boa definição para TRÊS HOMENS EM CONFLITO. E justo pelo fato do trielo de adjetivos em seu título original (bom, mau e feio) moldarem os personagens do filme por si só, guiando Leone para um conflito de desmitificação de tal ato, impondo os homens como misturas homogêneas perante Deus e a cobiça – nenhum deles é o que parece, salvo pela origem animal e selvageria
Bruno Barrenha


7 . ONDE COMEÇA O INFERNO | Howard Hawks – 9,54

Em RIO BRAVO, o tempo e o lugar não são tão importantes. Nem a história. Aliás, de propósito, Hawks quis fazer o filme sem história bem definida. Trata-se de um filme de personagens. John Wayne aparece, não como sujeito amargo e consumido de ódio como em RASTROS DE ÓDIO, mas como um autêntico herói hawksiano de grande coração, e que deve permanecer duro e inabalável diante das dificuldades da vida.
Ailton Monteiro


6 . CREPÚSCULO DOS DEUSES | Billy Wilder – 9,55

“I am big, it’s the pictures that got small!”. A famosa frase é perfeita, mas incorreta quanto ao próprio filme, já que CREPÚSCULO DOS DEUSES é enorme, até por exalar Cinema por todos os seus poros. Billy Wilder, no auge da forma, com uma audácia de que só ele seria capaz, dirige (e ressuscita) Gloria Swanson, William Holden e Erich von Stroheim, que praticamente interpretam a si mesmos, e a Cecil B. de Mille, Hedda Hopper, Buster Keaton e cia., que realmente interpretam a si mesmos, com todos eles, claro, definitivos e únicos em seus papéis. Só Billy Wilder mesmo para conseguir fazer uma crítica ácida ao mundo hollywoodiano e, ao mesmo tempo, evocar em qualquer amante do Cinema uma grande saudade daquela época mágica. Afinal de contas, quem não gostaria de poder entrar naquela estranha mansão e assistir ao vivo ao último close-up para o Sr. de Mille?
Marcelo Rennó


5 . PSICOSE | Alfred Hitchcock – 9,56

PSICOSE é talvez o mais famoso filme do mestre do suspense, Alfred Hitchcock. Não é seu melhor, mas é certamente um de seus mais marcantes, coesos e ousados. Poucos são aqueles que têm coragem de matar sua protagonista com apenas 40 minutos de projeção e ainda imortalizar tal cena, com elementos intrigantes – uma trilha sonora que ficou para a história, movimentos sutis de câmera que culminam numa cara de horror e num grito perfurante, a conquista do âmago da personagem central ao adentrar no seu momento íntimo e a descoberta posterior -, e questionar outras maneiras de suspense. Hitchcock mitifica o hotel à beira da estrada e a personagem do psicopata – Norman Bates, o psicótico edipiano, fruto de uma visão de Freud que coloca o interior a frente do exterior -, a quem desvenda a alma e a loucura, causando sentimentos antagônicos e surpreendentes. Hitchcock é o que é porque reinventou o suspense. Quem se importa com quem é o culpado? Há muito mais por trás…
Gabriel Carneiro


4 . A TURBA | King Vidor – 9,58

A TURBA é um filme-presságio. O protagonista do filme é um ex-figurante, um ator que surge da multidão para estrelar um filme sobre quem está no meio da multidão. Um homem que se achava predestinado ao sucesso, mas que vê o fim de seu sonho, que é o sonho americano. King Vidor lança uma poderosa reflexão sobre a relação entre o homem e a cidade e parece perguntar o que é um no meio de um milhão.
Chico Fireman


3 . UM CORPO QUE CAI | Alfred Hitchcock – 9,61

Embora seja totalmente subjetivo considerar UM CORPO QUE CAI o “melhor filme de todos os tempos”, é fácil concordar com quem aposte nele como a obra-prima de Hitchcock. Tudo está tão bem encaixado na tela que você logo se sente hipnotizado pela jornada obsessiva do detetive John Ferguson em busca da verdade por trás da misteriosa Sra. Elster. O voyeurismo (sempre ele) guia o olhar do espectador e os interesses psicológicos e cinematográficos de Hitchcock por uma espiral de sonho, ilusão, medo e desejo.
Renato Silveira


2 . JANELA INDISCRETA | Alfred Hitchcock – 9,66

Em tempos de suspenses como PARANÓIA, refilmagem não assumida DE JANELA INDISCRETA é claro o talento de Alfred Hitchcock em transformar um roteiro simples (jornalista preso em cadeira de rodas cria o hábito de espionar os vizinhos até que suspeita que um deles cometeu um assassinato), num eficiente suspense onde o clima de tensão é desenvolvido de forma crescente, observe como somente temos a narrativa dos fatos pelos olhos do jornalista L.B. Jeffries (carismático James Stewart), preso em seu apartamento. Hitchcock consegue criar um mosaico de situações através da janela do jornalista, um verdadeiro voyeur, quarenta anos antes da geração Big Brother
Paulo Jr.


1 . A PALAVRA | Carl Theodor Dreyer – 9,72

Quando me pediram para escrever sobre A PALAVRA, não pensei duas vezes e aceitei. Mal sabia o quão difícil seria essa tarefa. Tenho dificuldade de falar sobre os filmes de que eu mais gosto, os realmente especiais. Além do mais, A PALAVRA mexe com um tema tão delicado e passível de ser esnobado pelos mais céticos e cínicos – que é a fé – que às vezes uma palavra com a intenção de beneficiar o filme pode ter efeito contrário. Por isso, fico com o lugar comum e digo que A PALAVRA é o melhor filme sobre a fé já realizado. E não importa muito se Borgen é ou não Jesus Cristo. O importante é crer para que o desejo se materialize.
Ailton Monteiro

ranking geral, top100

25 domingo ago 2013

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ranking geral

100 . AS PRAIAS DE AGNÈS | Agnès Varda – 8,56
99 . SCARFACE | Brian De Palma – 8,56
98 . A NOITE | Michelangelo Antonioni – 8,56
97 . LEVADA DA BRECA | Howard Hawks – 8,57
96 . OPERAÇÃO FRANÇA | William Friedkin – 8,57
95 . CARRIE, A ESTRANHA | Brian De Palma – 8,57
94 . SONATA DE OUTONO | Ingmar Bergman – 8,58
93 . DE OLHOS BEM FECHADOS | Stanley Kubrick – 8,58
92 . JEJUM DE AMOR | Howard Hawks – 8,58
91 . A SOMBRA DE UMA DÚVIDA | Alfred Hitchcock – 8,60

90 . A BELA DA TARDE | Luis Buñuel – 8,60
89 . DEIXA ELA ENTRAR | Tomas Alfredson – 8,60
88 . GLÓRIA FEITA DE SANGUE | Stanley Kubrick – 8,61
87 . LAWRENCE DA ARÁBIA | David Lean – 8,61
86 . BOLA DE FOGO | Howard Hawks – 8,63
85 . EL DORADO | Howard Hawks – 8,63
84 . PACTO SINISTRO | Alfred Hitchcock – 8,63
83 . SINDICATO DE LADRÕES | Elia Kazan – 8,63
82 . BARTON FINK – DELÍRIOS DE HOLLYWOOD | Joel & Ethan Coen – 8,64
81 . FANNY & ALEXANDER | Ingmar Bergman – 8,65

80 . ANTES DA MEIA NOITE | Richard Linklater – 8,65
79 . VIVE L’AMOUR | Tsai Ming-Liang – 8,67
78 . UM ESTRANHO NO NINHO | Milos Forman – 8,69
77 . HATARI! | Howard Hawks – 8,70
76 . CACHÉ | Michael Haneke – 8,70
75 . OS GUARDA-CHUVAS DO AMOR | Jacques Demy – 8,71
74 . O TESOURO DE SIERRA MADRE | John Huston – 8,71
73 . PACTO DE SANGUE | Billy Wilder – 8,72
72 . DR. FANTÁSTICO | Stanley Kubrick – 8,73
71 . ONDE OS FRACOS NÃO TÊM VEZ | Joel & Ethan Coen – 8,73

70 . TOY STORY | John Lasseter – 8,74
69 . INTERLÚDIO | Alfred Hitchcock – 8,74
68 . A MALVADA | Joseph L. Mankiewicz – 8,74
67 . O RAIO VERDE | Eric Rohmer – 8,75
66 . SE MEU APARTAMENTO FALASSE | Billy Wilder – 8,75
65 . KILL BILL – Vol.1 | Quentin Tarantino – 8,75
64 . FESTIM DIABÓLICO | Alfred Hitchcock – 8,75
63 . INTRIGA INTERNACIONAL | Alfred Hitchcock – 8,79
62 . SOLARIS | Andrei Tarkovski – 8,80
61 . O SOM AO REDOR | Kleber Mendonça Filho – 8,80

60 . UM DIA DE CÃO | Sidney Lumet – 8,81
59 . NOIVO NEURÓTICO, NOIVA NERVOSA | Woody Allen – 8,82
58 . A DOCE VIDA | Federico Fellini – 8,83
57 . A MONTANHA DOS SETE ABUTRES | Billy Wilder – 8,84
56 . COMO ERA VERDE O MEU VALE | John Ford – 8,84
55 . MORANGOS SILVESTRES | Ingmar Bergman – 8,84
54 . CÓPIA FIEL | Abbas Kiarostami – 8,84
53 . BASTARDOS INGLÓRIOS | Quentin Tarantino – 8,85
52 . VIRIDIANA | Luis Buñuel – 8,85
51 . O ANO PASSADO EM MARIENBAD | Alain Resnais – 8,85

50 . MISTÉRIOS DE LISBOA | Raoul Ruiz – 8,87
49 . APARAJITO | Satyajit Ray – 8,88
48 . ELEFANTE | Gus Van Sant – 8,88
47 . GRITOS E SUSSURROS | Ingmar Bergman – 8,88
46 . A BELA E A FERA | Jean Cocteau – 8,89
45 . WALL-E | Andrew Stanton – 8,90
44 . RIO VERMELHO | Howard Hawks – 8,91
43 . TOY STORY 3 | Lee Unkrich – 8,93
42 . A CARRUAGEM FANTASMA | Victor Sjöström – 8,93
41 . CONFLITOS DE AMOR | Max Ophuls – 8,94

40 . O SÉTIMO SELO | Ingmar Bergman – 8,94
39 . CABRA MARCADO PARA MORRER | Eduardo Coutinho – 8,94
38 . RASHOMON | Akira Kurosawa – 8,95
37 . O ILUMINADO | Stanley Kubrick – 8,96
36 . BARRY LYNDON | Stanley Kubrick – 8,97
35 . LADRÕES DE BICICLETA | Vittorio De Sica – 8,98
34 . O BEBÊ DE ROSEMARY | Roman Polanski – 8,98
33 . O LEOPARDO | Luschino Visconti – 8,98
32 . O ENCOURAÇADO POTEMKIM | Sergei M. Eisenstein – 9,00
31 . AMANTES | James Gray – 9,01

30 . APOCALIPSE NOW | Francis Ford Coppola – 9,01
29 . CASABLANCA | Michael Curtiz – 9,02
28 . OS PÁSSAROS | Alfred Hitchcock – 9,04
27 . PULP FICTION | Quentin Tarantino – 9,11
26 . EM BUSCA DO OURO | Charlie Chaplin – 9,13
25 . JOGO DE CENA | Eduardo Coutinho – 9,15
24 . A GRANDE ILUSÃO | Jean Renoir – 9,17
23 . PARAÍSO INFERNAL | Howard Hawks – 9,22
22 . OS IMPERDOÁVEIS | Clint Eastwood – 9,22
21 . QUANTO MAIS QUENTE MELHOR! | Billy Wilder – 9,22

mais, aqui!

ranking geral, seleções alternativas

20 terça-feira ago 2013

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ranking geral


UM CORPO QUE CAI, minha primeira vez: uma fita VHS gasta, com uma gravação tremida de um canal de tevê por assinatura. O filme flutuou desbotado diante dos meus olhos, mas só consegui fixar uma imagem: a da mulher que desaba no rio – por algum motivo que nosso herói, James Stewart, ainda desconhece. Eu tinha 13 anos de idade. Agora aos 28, retornei a este filme que, para mim, sempre foi fundamental. Me surpreendi com a clareza como todas aquelas cenas retornaram, feito assombração, misturadas a lembranças da minha adolescência. Não é isto o filme? Um sonho dentro de um sonho? Em um determinado momento, o detetive aposentado nos avisa: “há uma explicação para tudo”. Hitchcock desconfia de tanta certeza. Desloca o herói para um mistério que, em parte, até pode ser resolvido. Mas que, depois das badaladas de um desfecho assustador, permanecerá solto, perdido no ar. O melhor filme do mundo termina com reticências.

Tiago Superoito

RANKING GERAL | FILMES MAIS AMADOS
maior quantidade de notas dez

1 . UM CORPO QUE CAI | Alfred Hitchcock
2 . O PODEROSO CHEFÃO | Francis Ford Coppola
3 . CREPÚSCULO DOS DEUSES | Billy Wilder
4 . TAXI DRIVER | Martin Scorsese
5 . JANELA INDISCRETA | Alfred Hitchcock
6 . PSICOSE | Alfred Hitchcock
7 . 2001 – UMA ODISSÉIA NO ESPAÇO | Stanley Kubrick
8 . CIDADÃO KANE | Orson Welles
9 . ONDE COMEÇA O INFERNO | Howard Hawks
10 . LARANJA MECÂNICA | Stanley Kubrick
11 . PULP FICTION | Quentin Tarantino
12 . QUANTO MAIS QUENTE MELHOR! | Billy Wilder
13 . TRÊS HOMENS EM CONFLITO | Sergio Leone
14 . O PODEROSO CHEFÃO II | Francis Ford Coppola
15 . OS IMPERDOÁVEIS | Clint Eastwood
16 . LUZES DA CIDADE | Charlie Chaplin
17 . OS PÁSSAROS | Alfred Hitchcock
18 . WALL-E | Andrew Stanton
19 . CASABLANCA | Michael Curtiz
20 . AMANTES | James Gray


Em vez de um thriller policial convencional, Andrew Dominik faz um filme com muita conversa, até lembrando os trabalhos de Tarantino e Scorsese, mas bem mais preocupado com a crítica ao american way of life e ao sistema político dos Estados Unidos. O HOMEM DA MÁFIA é mais um filme a provar isto. Diferentemente do trabalho anterior, o diretor traz uma narrativa menos lenta e contemplativa, mas nem por isso mais fácil.

Ailton Monteiro

RANKING GERAL | FILMES MAIS POLÊMICO
maior desvio médio

1 . O HOMEM DA MÁFIA | Andrew Dominik
2 . VIOLENCIA GRATUITA | Michael Haneke
3 . MILAGRE EM SANTA ANNA | Spike Lee
4 . VELOZES E FURIOSOS 6 | Justin Lin
5 . O AMOR SEGUNDO B.SCHIANBERG | Beto Brant
6 . EU MATEI A MINHA MÃE | Xavier Dolan
7 . O MENINO DO PIJAMA LISTRADO | Mark Herman
8 . FILHA DO MAL | William Brent Bell
9 . FIM DOS TEMPOS | M. Night Shyamalan
10 . A ERA DA INOCÊNCIA | Denys Arcand
11 . THE SPIRIT | Frank Miller
12 . O CAVALO BRANCO | Albert Lamorisse
13 . MORTE SÚBITA | Greg McLean
14 . CONTATOS DE 4º GRAU | Olatunde Osunsanmi
15 . O QUE SE MOVE | Caetano Gotardo
16 . ESTRADA PARA YTHACA | G.Parente, L.Pretti, P.Diógenes &. R.Pretti
17 . O HOMEM QUE NÃO DORMIA | Edgard Navarro
18 . NINE | Rob Marshall
19 . O CAÇADOR | Hong-Jin Na
20 . IMPORT EXPORT | Ulrich Seidl


Cineasta cujos filmes revelam o mal-estar da civilização, Michael Haneke é um realizador polêmico, um diretor que reflete sobre as vicissitudes e as idiossincrasias da sociedade contemporânea, quer sob o ato erótico (A PROFESSORA DE PIANO), quer sob o processo de degenerescência do ser humano (AMOR) ou a gênese da banalização do mal (A FITA BRANCA). Em VIOLÊNCIA GRATUITA é o ato violento que explode na tela, provocando uma exasperação no espectador, que Haneke procura tê-lo como cúmplice. Considerado um filme sádico, por natureza e vocação, tem, no entanto, uma construção rigorosa, ainda que manipuladora, e que envolve o espectador.

André Setaro

RANKING GERAL | FILMES “AME OU DEIXE”
maior diferença absoluta de notas

1 . VIOLENCIA GRATUITA | Michael Haneke
2 . MILAGRE EM SANTA ANNA | Spike Lee
3 . FOI APENAS UM SONHO | Sam Mendes
4 . CORAÇÃO VALENTE | Mel Gibson
5 . INCÊNDIOS | Dennis Villeneuve
6 . POLISSIA | Maïwenn
7 . BATMAN – O CAVALEIRO DAS TREVAS | Christopher Nolan
8 . BEM VINDO | Philippe Lioret
9 . 127 HORAS | Danny Boyle
10 . OS DESCENDENTES | Alexander Payne
11 . MACHETE | Robert Rodriguez
12 . AMOR | Michael Haneke
13 . CISNE NEGRO | Darren Aronofsky
14 . O PALHAÇO | Selton Mello
15 . NA NATUREZA SELVAGEM | Sean Penn
16 . FORREST GUMP | Robert Zemeckis
17 . VÔO UNITED 93 | Paul Greengrass
18 . TROPA DE ELITE | José Padilha
19 . KILLER JOE – MATADOR DE ALUGUEL | William Friedkin
20 . A ERA DA INOCÊNCIA | Denys Arcand


Considerando que a qualidade de um filme é sempre relativa, podemos constatar a importância de BASTARDOS INGLÓRIOS pela forma como o filme se entranhou no quadro referencial da cultura de toda uma geração (o que fica claro quando percebemos a vasta quantidade de pessoas que já encontramos com pedaços de guardanapo grudados na testa em mesas de bar). Mas não é à toa. Das cenas milimetricamente coreografadas até o perfeito equilíbrio de cores, o ajudante de Aldo Raine tem razão ao reconhecer: é uma obra-prima.

Cesar Castanha

RANKING GERAL | FILMES MAIS POPULARES
maior amostragem média de notas

1 . BASTARDOS INGLÓRIOS | Quentin Tarantino – 96%
2 . TAXI DRIVER | Martin Scorsese – 93%
3 . PULP FICTION | Quentin Tarantino – 93%
4 . KILL BILL – Vol.1 | Quentin Tarantino – 89%
5 . KILL BILL – Vol.2 | Quentin Tarantino – 89%
6 . DRIVE | Nicolas Wind Refn – 88%
7 . DJANGO LIVRE | Quentin Tarantino – 88%
8 . GRAN TORINO | Clint Eastwood – 88%
9 . TITANIC | James Cameron – 86%
10 . ONDE OS FRACOS NÃO TÊM VEZ | Joel & Ethan Coen – 85%
11 . LARANJA MECÂNICA | Stanley Kubrick – 85%
12 . CÃES DE ALUGUEL | Quentin Tarantino – 85%
13 . A INVENÇÃO DE HUGO CABRET | Martin Scorsese – 84%
14 . À PROVA DE MORTE | Quentin Tarantino – 83%
15 . QUANTO MAIS QUENTE MELHOR! | Billy Wilder – 83%
16 . AMOR | Michael Haneke – 83%
17 . O SILÊNCIO DOS INOCENTES | Jonathan Demme – 83%
18 . CISNE NEGRO | Darren Aronofsky – 82%
19 . BRAVURA INDÔMITA | Joel & Ethan Coen – 82%
20 . O ARTISTA | Michel Hazanavicius – 82%

Em Breve:
RANKING GERAL | FILMES MAIS AMADOS

ranking geral, piores filmes

18 domingo ago 2013

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ranking geral


Foi num domingo, dia dos Pais, que o Maurício Ribeiro me deu a notícia: você – dentre todos os membros da Liga – é o sujeito que mais viu filmes ruins. Um misto de indignação pela falta de solidariedade dos colegas (afinal, notar que muito poucos apreciaram obras como “Totalmente Inocentes”, “Skyline”, “Cilada.com” entre outras pérolas é de entristecer qualquer um), com uma ligeira dose de orgulho pela minha coragem em ter enfrentado as muitas horas que essa nefasta lista me consumiu. Horas que não voltam mais. Horas que me foram tiradas para sempre e que – injustiça – não posso pedir reembolso.

Nessa lista, os já citados “Totalmente Inocentes”, “Skyline” e “Cada um Tem a Gêmea que Parece” lideram a lista com muitos méritos. Um pastiche de alguma coisa que talvez pudesse ser considerado em uma dimensão paralela desprovida de humor, uma comédia, a pior ficção científica da década (com sobras) e Adam Sandler.

O festival de epilepsia de “Transformers: A Vingança dos Derrotados”, o avatar do mal gosto de “Cilada.com” e o óbvio “A Saga Crepúsculo: Amanhecer Parte 1” seguem a lista, que ainda abre espaço para o pior filme pornô soft da história (“Instinto Selvagem 2”), os exageros quase incompreensíveis em “Do Começo ao Fim”, a pior aula de história que alguém poderia ter (“10.000 AC”) e o pedantismo em forma de fotogramas (“Insolação”). Que lista! E eu vi tudo isso. Acho que merecia um Alfred pela façanha!

Alexandre Landucci


RANKING GERAL | PIORES FILMES

50 . APOLLO 18 | Gonzalo López-Gallego – 3,35
49 . ONDE ESTÁ A FELICIDADE? | Carlos Alberto Riccelli – 3,35
48 . SUCKER PUNCH – MUNDO SURREAL | Zack Snyder – 3,34
47 . MATADORES DE VAMPIRAS LÉSBICAS | Phil Claydon – 3,29
46 . CAIXA DOIS | Bruno Barreto – 3,25
45 . A LISTA – VOCÊ ESTÁ LIVRE HOJE? | Marcel Langenegger – 3,25
44 . COLEGAS | Marcelo Galvão – 3,23
43 . UMA LADRA SEM LIMITES | Seth Gordon – 3,21
42 . A SAGA CREPÚSCULO: ECLIPSE | David Slade – 3,14
41 . THE SPIRIT | Frank Miller – 3,13
40 . ALMA PERDIDA | David S. Goyer – 3,13
39 . MAX PAYNE | John Moore – 3,13
38 . PASSAGEIROS | Rodrigo Garcia – 3,13
37 . TRANSFORMERS: O LADO OCULTO DA LUA | Michael Bay – 3,11
36 . FONTE DA VIDA | Darren Aronofsky – 3,08
35 . IRMÃ VAP – O RETORNO | Carla Camuratti – 3,08
34 . OS NORMAIS 2 | José Alvarenga – 3,07
33 . A SOMBRA DO INIMIGO | Rob Cohen – 3,06
32 . A COLHEITA DO MAL | Stephen Hopkins – 3,04
31 . JOGOS MORTAIS IV | Darren Lynn Bousman – 3,00
30 . AWAKE – A VIDA POR UM FIO | Joby Harold – 3,00
29 . NOITE DE ANO NOVO | Garry Marshall – 3,00
28 . O OLHO DO MAL | David Moreau e Xavier Palud – 2,95
27 . A CASA DOS SONHOS | Jim Sheridan – 2,89
26 . REFÉNS | Joel Schumacher – 2,88
25 . NOSSO LAR | Wagner de Assis – 2,86
24 . MOTOQUEIRO FANTASMA | Mark Steven Johnson – 2,82
23 . O RESGATE | Simon West – 2,81
22 . FILHA DO MAL | William Brent Bell – 2,81
21 . PREMONIÇÃO 4 – 3D | David R. Ellis – 2,79
20 . NÚMERO 23 | Joel Schumacher – 2,70
19 . A GAROTA DA CAPA VERMELHA | Catherine Hardwicke – 2,67
18 . TERROR NA ÁGUA 3D | David R. Ellis – 2,67
17 . UMA CHAMADA PERDIDA | Eric Vallette – 2,57
16 . PULSE | Jim Sonzero – 2,50
15 . AS AVENTURAS DE AGAMENON, O REPÓRTER | Victor Lopes – 2,50
14 . ENTRANDO NUMA FRIA MAIOR AINDA COM A FAMÍLIA | Paul Weitz – 2,50
13 . MUITO GELO E DOIS DEDOS D´ÁGUA | Daniel Filho – 2,46
12 . ARMADILHA | David Brooks – 2,36
11 . AS VIAGENS DE GULLIVER | Rob Letterman – 2,36
10 . INSOLAÇÃO | Daniela Thomas & Felipe Hirsch – 2,25
9 . 10000AC | Roland Emmerich – 2,23
8 . DO COMEÇO AO FIM | Aluízio Abranches – 2,13
7 . INSTINTO SELVAGEM 2 | Michael-Caton Jones – 2,08
6 . A SAGA CREPÚSCULO: AMANHECER – PARTE 1 | Bill Condon – 2,07
5 . CILADA.COM | José Alvarenga Jr. – 1,95
4 . TRANSFORMERS: A VINGANÇA DOS DERROTADOS | Michael Bay – 1,83
3 . CADA UM TEM A GÊMEA QUE MERECE | Dennis Dugan – 1,54
2 . SKYLINE – A INVASÃO | Colin Strause & Greg Strause – 1,50
1 . TOTALMENTE INOCENTES | Rodrigo Bittencourt – 1,14

Mondo Kubrick

30 domingo jun 2013

Posted by Liga dos Blogues Cinematográficos in Rankings Especiais

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Stanley Kubrick


Revisitar a filmografia de Stanley Kubrick é um exercício interessante. Além da legitimação de seu nome no quadro de grandes autores cinematográficos do século XX, trata-se hoje de um cineasta porta-de-entrada para todo cinéfilo, apropriado popularmente como representação máxima do status cult, ao lado de autores como Quentin Tarantino. Retornar a estes filmes depois de alguns anos de cinefilia, num momento em que seu nome se prolifera por camisetas, cartazes e souvenires, pode ser interessante para iluminar aspectos ocultos e fazer justiça com obras que, se não tão deslumbrantes quanto outras à primeira vista, demonstram com maior solidez as qualidades do diretor.

A melhor surpresa da lista é justamente a presença de BARRY LYNDON na terceira posição, um belo filme de época geralmente tido como inferior na filmografia de Kubrick – assim como DE OLHOS BEM FECHADOS, seu último filme, bastante criticado no momento do lançamento, mas compreendido hoje como grande filme que é. A lista também apresenta uma mescla significativa entre os trabalhos iniciais do diretor, fotografados em preto-e-branco, com os filmes da fase colorida (DR. FANTÁSTICO e GLÓRIA FEITA DE SANGUE ficaram com boas médias que lhes garantiram a 5ª e a 6ª colocação no ranking), mostrando o interesse dos blogueiros por ambos os períodos.

As duas primeiras posições pertencem, inevitavelmente, aos clássicos mais populares, mais vistos e apreciados do diretor: 2001 – UMA ODISSEIA NO ESPAÇO, que alcança o nono lugar do Ranking Geral da Liga e LARANJA MECÂNICA, obra polêmica e de influência indiscutível no cinema e na cultura pop. Filmes que, ao lado dos demais, reforçam o olhar transgressor de Stanley Kubrick, habilidoso cineasta que, a exemplo de nosso último homenageado, Howard Hawks, trabalhou com facilidade em diversos gêneros cinematográficos, filmando em todos eles cenas ainda hoje presentes na memória coletiva do cinema.

Daniel Dalpizzolo


I am not an animal!
Neither am I.



Kubrick era um observador de mundos e não deixa muito clara sua visão política. A exceção seria SPARTACUS, onde há um discurso a favor do personagem título, o gladiador que lidera uma rebelião contra Roma. São conhecidos os contratempos de bastidores, Kubrick vs Douglas, mas o fato é que este último, atuando também como produtor, conseguiu reunir os melhores talentos disponíveis da época – a clássica batalha no clímax é um primor – e o seu sucesso deu a Kubrick a desejada independência financeira.
Ronald Perrone


You’d be killing a horse – that’s not first degree murder,
in fact it’s not murder at all, in fact I don’t know what it is.



O primeiro trabalho de destaque de Stanley Kubrick é uma experiência não-linear sobre o que poderia ser apenas um filme de roubo comum. Usando desse recurso, o diretor consegue criar tensão constante, deixar o espectador ansioso pelo transcorrer da trama. Mesmo não atingido o potencial que poderia, é um primeiro vislumbre de um talento incontestável.
Alexandre Landucci


A day without blood is like a day without sunshine.



O soldado ‘Joker’ vê com os próprios olhos os resultados do intenso treino a que o seu corpo de fuzileiros é submetido por um sádico instrutor: O gordo e desajeitado Pyle, vítima de todas as humilhações, aplica os seus recém-adquiridos conhecimentos alvejando o seu instrutor e a si próprio. Já no Vietnan, o agora sargento ‘Cowboy’ é incapaz de decidir sob pressão e deixa que uma sniper solitária vá abatendo os seus homens um a um, numa longa e antologica cena. É esta a visão da guerra de Kubrick: Muito longe, portanto, do ambiente ‘bigger than life’ de um APOCALYPSE NOW.
Rui Queiroz


No dream is ever just a dream.



Um filme sobre traição, mas em que não há traição. Fica a dúvida: há diferença entre sonhar ou imaginar uma aventura sexual e ter uma de verdade? Kubrick, mais do que nunca, explora o poder da sugestão. Numa produção homérica que marcou o fim da carreira do cineasta (ele morreu poucos dias depois de exibir o filme finalizado ao estúdio), o espectador é levado como voyeur a lugares de acesso restrito: os bastidores perversos de uma loja de fantasias, uma festa em que é preciso ter duas senhas para entrar, o espelho diante do qual o casal se acaricia intimamente, a mente de um marido perturbado pela assombração do caso que sua mulher diz ter vivido. Um filme que começa e termina em um baile de máscaras e que Kubrick considerava ser o seu melhor trabalho. Quatorze anos após o lançamento, já podemos concordar com ele.
Renato Silveira


There are few things more fundamentally
encouraging and stimulating than seeing someone else die.



Como esquecer a câmera dolly passando em meio às trincheiras formadas pelo exército francês? A linda fotografia em preto e branco? O avanço suicida dos soldados liderados pelo coronel Dax (Kirk Douglas) em meio a explosões de granadas alemãs por todos os lados? E principalmente: como esquecer o tribunal absurdo e o desespero dos condenados? Kubrick não estava mesmo para brincadeira quando fez GLÓRIA FEITA DE SANGUE.
Ailton Monteiro


Gentlemen, you can’t fight in here!
This is the War Room.



Antes do ar contemplativo-filosófico de 2001, Kubrick desbravou uma sátira alucinada sobre a paranóia nuclear da Guerra Fria estrelada por um múltiplo Peter Sellers. O que começou como um thriller no romance original e na imaginação do diretor gerou um retrato crítico ainda atual quando nos lembramos do cerco estadunidense pós-11 de setembro e outras estratégias de “defesa” que reforçam o medo ao invés de saná-lo.
Márcio Andrade


Come play with us, Danny…



Certa vez, Kubrick fez um filme de terror. E o terror nunca mais foi o mesmo. A abertura já escancarava a genialidade: Trilha soturna e câmera aérea acompanhando um inocente fusquinha. Sinistra. Arrebatadora. E claustrofóbica – se é que é possível ser claustrofóbico a céu aberto. Com simples travellings, Kubrick mete medo. Um medo ancestral e irracional como todo medo. E que faz sorrir qualquer cinéfilo que se preza.
Nery Nader Junior


Fate had determined that he should leave none of his race behind him,
and that he should finish his life poor, lonely and childless



Recriação de época inimitável, o period film de Kubrick exibe um espetáculo de luz e sombra que funciona à maneira de um jogo negação e afirmação de identidades — tanto do alpinista social irlandês quanto do visual ambíguo defendido pelo diretor. Neste drama de época que visualiza interiores e exteriores com a urgência de um zoom, paredes, móveis e corpos surgem num quadro do século 18 pincelado nos anos 1970.
Felipe Moraes


You’re not cured yet, boy.



A jornada do personagem Alex é feita de abusos. Abuso dos outros por ele, assim como por conta do governo que lhe força uma educação deturpada. Por pior que seja o comportamento do jovem, tomar seu livre arbítrio é ainda mais terrível. Kubrick constrói essa reflexão sem perder de vista os diversos contextos sociais que levaram Alex a tomar tanto gosto pelo que o próprio personagem chama de ultraviolência. Tudo com o olhar estético de um gênio, em que cada imagem é linda e significativa.
Vinícius Brandão


Dave!



Inovador pela sua estética e efeitos, esta obra-prima é um dos filmes mais complexos do cinema. Kubrick nos conduz a uma viagem visual, com direito a uma elipse de quatro milhões de anos, pela evolução humana. Marcante pelo uso da música como elemento inseparável da narrativa e minimizando diálogos, 2001 – UMA ODISSÉIA NO ESPAÇO é uma experiência subjetiva, um filme mais para se sentir do que para se entender.
Mila Ramos


Filmografia Kubrick

1 . 2001 – UMA ODISSÉIA NO ESPAÇO | Stanley Kubrick – 9,52
2 . LARANJA MECÂNICA | Stanley Kubrick – 9,24
3 . BARRY LYNDON | Stanley Kubrick – 8,92
4 . O ILUMINADO | Stanley Kubrick – 8,88
5 . DR. FANTÁSTICO | Stanley Kubrick – 8,78
6 . GLÓRIA FEITA DE SANGUE | Stanley Kubrick – 8,62
7 . DE OLHOS BEM FECHADOS | Stanley Kubrick – 8,51
8 . NASCIDO PARA MATAR | Stanley Kubrick – 8,47
9 . O GRANDE GOLPE | Stanley Kubrick – 8,36
10 . SPARTACUS | Stanley Kubrick – 7,92
11 . LOLITA | Stanley Kubrick – 7,68
12 . A MORTE PASSOU PERTO | Stanley Kubrick – 6,71
13 . MEDO E DESEJO | Stanley Kubrick – 5,75


“A sensação de mistério é a única emoção
que se experimenta com mais força na arte do que na vida”
Stanley Kubrick



Conclusão da Trilogia do Apartamento, O BEBÊ DE ROSEMARY é o filme mais notável de um modelo de narrativa sombria pouco usual. Trata-se daquele em que o medo, crescente, é somente sugerido. Roman Polanski elabora uma atmosfera soturna que advém mais dos temores de Rosemary quanto à concepção do bebê que carrega em seu ventre do que da materialização de forças diabólicas. No fundo, é também um drama maternal de uma inocente mulher disposta a um grande sacrifício para exercer o papel de mãe.”
Alex Gonçalves



Uma das coisas que me deixa mais maravilhado no clássico lA RONDE, de Max Ophuls, é que o carrossel sugerido pelo título está presente fisicamente no filme inteiro. Ao trazer o objeto da metáfora pra dentro da cena, o filme propõe uma metalinguagem completamente livre. Quando Anton Walbrook quebra com a separação entre cinema e espectador com sua narração, ele está na verdade enriquecendo aqueles personagens e tornando-os reais.
Cesar Castanha



Em Breve…
Edson Burg



Realizado na época da ditadura de Francisco Franco e narrado em tom de fábula, esta obra de Víctor Erice tem na beleza de sua fotografia e na tensa narrativa minimalista, além da doce atuação de Anna Torrent, elementos que o colocam como uma daquelas obras raras de grande apuro técnico e artístico. A trama se passa em uma vila rural afastada durante a segunda guerra mundial onde uma garotinha entra em um mundo de descobertas e fantasia após assistir FRANKENSTEIN (1933) de James Whale.
Wendell Borges



Rosebud, com um balbuciar de uma palavra, Orson Welles nos ensinou a transformar uma biografia em um filme de suspense delicioso. A ficção nos apresenta um roteiro que desmistifica manuais e utiliza o flashback de maneira criativa e instigante. Da mesma maneira que a utilização da profundidade de campo, do jogo com espelhos, da montagem. Não por acaso, dizem que nada mais foi criado no cinema após CIDADÃO KANE
Amanda Aouad


Mondo Kubrick
1 . CIDADÃO KANE | Orson Welles – 9,43
2 . O ESPÍRITO DA COLMÉIA | Víctor Erice – 9,41
3 . LUZES DA CIDADE | Charlie Chaplin – 9,38
4 . CONFLITOS DE AMOR | Max Ophuls – 9,07
5 . O BEBÊ DE ROSEMARY | Roman Polanski – 9,04
6 . MORANGOS SILVESTRES | Ingmar Bergman – 8,91
7 . A BELA E A FERA | Jean Cocteau – 8,91
8 . UM DIA DE CÃO | Sidney Lumet – 8,85
9 . A CARRUAGEM FANTASMA | Victor Sjöström – 8,75
10 . UM ESTRANHO NO NINHO | Milos Forman – 8,74
11 . SOLARIS | Andrei Tarkovsky – 8,71
12 . O TESOURO DE SIERRA MADRE | John Huston – 8,69
13 . A NOITE | Michelangelo Antonioni – 8,60
14 . O SILÊNCIO DOS INOCENTES | Jonathan Demme – 8,52
15 . TRENS ESTREITAMENTE VIGIADOS | Jirí Menzel – 8,21
16 . UM LOBISOMEM AMERICANO EM LONDRES | John Landis – 8,08
17 . OS BOAS VIDAS | Federico Fellini – 7,97
18 . SE… | Lindsay Anderson – 7,92
19 . O MASSACRE DA SERRA ELÉTRICA | Tobe Hooper – 7,88
20 . A.I. INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL | Steven Spielberg – 7,71
21 . HENRIQUE V | Lawrence Olivier – 7,65
22 . ERASERHEAD | David Lynch – 7,36
23 . ROGER & ME | Michael Moore – 6,79
*** . ANJOS DO INFERNO | Howard Hughes – 7,42
*** . BODAS DE SANGUE | Carlos Saura – 7,83
*** . O PRAZER | Max Ophuls – 8,25
*** . O BAILE DOS BOMBEIROS | Milos Forman – 7,75
*** . O GUARDA [THE BANK DICK] | Edward F. Cline – 6,83
*** . PERNAS PROVOCANTES | William Wellman – Sem Nota


Ranking Geral
1 . UM CORPO QUE CAI | Alfred Hitchcock – 9,69
2 . A TURBA | King Vidor – 9,68
3 . A PALAVRA | Carl Theodor Dreyer – 9,67
4 . JANELA INDISCRETA | Alfred Hitchcock – 9,65
5 . ONDE COMEÇA O INFERNO | Howard Hawks – 9,56
6 . PSICOSE | Alfred Hitchcock – 9,55
7 . TRÊS HOMENS EM CONFLITO | Sergio Leone – 9,54
8 . CREPÚSCULO DOS DEUSES | Billy Wilder – 9,53
9 . 2001 – UMA ODISSÉIA NO ESPAÇO | Stanley Kubrick – 9,52
10 . O PODEROSO CHEFÃO II | Francis Ford Coppola – 9,44
11 . TAXI DRIVER | Martin Scorsese – 9,43
12 . CIDADÃO KANE | Orson Welles – 9,43
13 . O ESPÍRITO DA COLMÉIA | Víctor Erice – 9,41
14 . LUZES DA CIDADE | Charlie Chaplin – 9,38
15 . OURO E AMBIÇÃO | Erich von Stroheim – 9,36
16 . O PODEROSO CHEFÃO | Francis Ford Coppola – 9,35
17 . A GRANDE ILUSÃO | Jean Renoir – 9,33
18 . PERSONA | Ingmar Bergman – 9,32
19 . EM BUSCA DO OURO | Charles Chaplin – 9,30
20 . GRITOS E SUSSURROS | Ingmar Bergman – 9,25
21 . LARANJA MECÂNICA | Stanley Kubrick – 9,24
22 . OS IMPERDOÁVEIS | Clint Eastwood – 9,20
23 . QUANTO MAIS QUENTE MELHOR! | Billy Wilder – 9,17
24 . PARAÍSO INFERNAL | Howard Hawks – 9,17
25 . OS PÁSSAROS | Alfred Hitchcock – 9,16

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