




Vincere, Marco Bellochio
“Sedução do poder, ímpeto para a guerra e outras virilidades à parte, Bellocchio coloca Benito e Ida num mesmo degrau – a palavra dos dois tem o mesmo valor. Dá pra enxergar Vincere como um longa dividido em dois, primeiro o teste da honra de Mussolini e depois, na segunda metade, o teste da honra de Ida. É uma aula de como substitui-se, para fins programáticos, a imagem do homem pela do timoneiro da nação – o que implica até comparar Mussolini a Jesus Cristo em certa passagem. O filme de Bellocchio tem toda uma sofisticada discussão sobre o que é ser político e sobre a construção de uma imagem política (mesmo via cinema, via metalinguagem, como acompanhamos em diversos momentos na primeira metade), mas também é bastante acessível a todos os tipos de público. Sua força aberta a todo espectador, visualmente, está na mimetização do panfleto de guerra” (Marcelo Hessel, Omelete).