Ranking anos 50

1 Crepúsculo dos Deuses
(Sunset Boulevard, 1950)
Billy Wilder
399 pontos
30 votos
4 poles
8 pódiuns

I am big, it’s the pictures that got small!”. A famosa frase é perfeita, mas incorreta quanto ao próprio filme, já que Crepúsculo dos Deuses é enorme, até por exalar Cinema por todos os seus poros. Billy Wilder, no auge da forma, com uma audácia de que só ele seria capaz, dirige (e ressuscita) Gloria Swanson, William Holden e Erich von Stroheim, que praticamente interpretam a si mesmos, e a Cecil B. de Mille, Hedda Hopper, Buster Keaton e cia., que realmente interpretam a si mesmos, com todos eles, claro, definitivos e únicos em seus papéis. Só Billy Wilder mesmo para conseguir fazer uma crítica ácida ao mundo hollywoodiano e, ao mesmo tempo, evocar em qualquer amante do Cinema uma grande saudade daquela época mágica. Afinal de contas, quem não gostaria de poder entrar naquela estranha mansão e assistir ao vivo ao último close-up para o Sr. de Mille?” (Marcelo Rennó)

2 Um Corpo que Cai
(Vertigo, 1958)
Alfred Hitchcock
398 pontos
28 votos
5 poles
13 pódiuns

Um Corpo que Cai, minha primeira vez: uma fita VHS gasta, com uma gravação tremida de um canal de tevê por assinatura. O filme flutuou desbotado diante dos meus olhos, mas só consegui fixar uma imagem: a da mulher que desaba no rio – por algum motivo que nosso herói, James Stewart, ainda desconhece. Eu tinha 13 anos de idade. Agora aos 28, retornei a este filme que, para mim, sempre foi fundamental. Me surpreendi com a clareza como todas aquelas cenas retornaram, feito assombração, misturadas a lembranças da minha adolescência. Não é isto o filme? Um sonho dentro de um sonho? Em um determinado momento, o detetive aposentado nos avisa: “há uma explicação para tudo”. Hitchcock desconfia de tanta certeza. Desloca o herói para um mistério que, em parte, até pode ser resolvido. Mas que, depois das badaladas de um desfecho assustador, permanecerá solto, perdido no ar. O melhor filme do mundo termina com reticências” (Tiago Superoito).

3 Cantando na Chuva
(Singin’ in the Rain, 1952)
Gene Kelly e Stanley Donen
327 pontos
26 votos
1 pole
8 pódiuns

“O enredo acontece naquele momento em que a indústria cinematográfica passava por uma de suas grandes e inevitáveis revoluções: a mudança do cinema mudo para o falado. É notável, portanto, que o filme que melhor represente este marco da história da sétima arte seja um musical – e um musical como Cantando na Chuva, tão vibrante e tão colorido (o que não deixa de ser curioso, uma vez que o primeiro filme falado, O Cantor de Jazz, é preto-e-branco). Entre a hilariante e quase inacreditável cena em que Donald O’Connor sobe pela parede e o clássico número de Gene Kelly dançando debaixo d’água, a grandiosa seqüência de sonho com Cyd Charisse continua um tanto enigmática e solta dentro da lógica do roteiro. Mas talvez, por ela ser tão hipnotizante quanto o resto do filme – dirigido por Kelly e Stanley Donen como se fosse um engenhoso desenho animado – ninguém se sinta à vontade para criticar este que, se não é o melhor, é, sem dúvidas, o musical mais lembrado de todos os tempos, até mesmo por quem nunca o viu do começo ao fim” (Renato Silveira).

4 Janela Indiscreta
(Rear Window, 1954)
Alfred Hitchcock
324 pontos
24 votos
2 poles
6 pódiuns

“Em tempos de suspenses como Paranóia, refilmagem não assumida de Janela Indiscreta é claro o talento de Alfred Hitchcock em transformar um roteiro simples (jornalista preso em cadeira de rodas cria o hábito de espionar os vizinhos até que suspeita que um deles cometeu um assassinato), num eficiente suspense onde o clima de tensão é desenvolvido de forma crescente, observe como somente temos a narrativa dos fatos pelos olhos do jornalista L.B. Jeffries (carismático James Stewart), preso em seu apartamento. Hitchcock consegue criar um mosaico de situações através da janela do jornalista, um verdadeiro voyeur, quarenta anos antes da geração Big Brother” (Paulo Jr.).

5 A Marca da Maldade
(Touch of Evil, 1957)
Orson Welles
299 pontos
24 votos
1 pole
2 pódiuns

“Eu poderia falar dos enquadramentos perfeitos feitos obras de arte, quase quadros pintados num contínuo quadro a quadro. Eu poderia falar da minha falta de fôlego toda vez que revejo o plano-seqüência que abre tudo e revela tanto. Eu poderia falar da fotografia linda de morrer (e de matar – de tão noir) de Russell Metty ou da trilha tão deliciosa quanto invasora – aquela pianola é quase a melhor personagem do filme – de Henry Mancini. Ou falar então de um Welles perfeito como nunca dantes (sim, sou herege, eu sei), seja na direção, no roteiro ou na caracterização de um Quinlan ácido, seboso e digno de nossos mais absurdos sentimentos: da revolta à repulsa, da pena ao perdão, do enlevo à empatia. Mas não. São só dez linhas e só quero falar de uma coisinha: da alma deste filme perfeito, feito da perfeita dualidade entre emoção e razão, realçando a dualidade que jaz no coração de todos nós” (William Wilson).

6 Rastros de Ódio
(The Searchers, 1956)
John Ford
289 pontos
23 votos
2 poles
7 pódiuns

Rastros de Ódio, muito provavelmente a obra máxima daquele que é
considerado o maior dos cineastas norte-americanos (que realmente merece tal
título), não é apenas um faroeste estrelado pelo mítico John Wayne (em sua
melhor performance) filmado no cenário favorito de John Ford, o Monument
Valley, como também é uma das mais comoventes histórias sobre solidão e
perda. O protagonista é Ethan Edwards, veterano da guerra, assumidamente
racista, obssessivo e psicótico; com este personagem, Ford contraria o
estereótipo que se criou em torno da figura do herói dos filmes western, nos
entregando um anti-herói cheio de fragilidades, que sofre ainda que tentando
não demonstrar tal sentimento. E, como se tudo isso não bastasse, Ford ainda
trata de nos entregar um dos planos finais mais belos e emblemáticos da
história do Cinema” (Rodrigo Pierre).

7 Onde Começa o Inferno
(Rio Bravo, 1959)
Howard Hawks
267 pontos
21 votos
3 poles
4 pódiuns

Rio Bravo é um filme tão relaxado que a primeira vista é fácil subestimá-lo. A arte de Howard Hawks, e este filme talvez seja o exemplar mais perfeito dela, é como a de um engenheiro que trabalha na direção de enriquecer cada seqüência, de encarar cada pequeno momento do filme com a pergunta “o que eu posso fazer para tornar isso mais interessante para quem vê?”. O filme tem uma ótima trama central sobre um xerife (John Wayne) que tem que enfrentar um bando disposto a soltar um prisioneiro, se recusa a receber ajuda, mas a recebe do mesmo jeito, mas o que lembramos mesmo são as ótima seqüências como a abertura silenciosa, Angie Dickinson e Ricky Nelson intervindo pela primeira vez para ajudar Wayne, Nelson e Dean Martin fazendo um dueto na delegacia, ou o clímax. Mais do que um filme, Rio Bravo é aquele grande amigo que o cinéfilo gosta de visitar e novo e de novo” (Filipe Furtado).

8 Os Incompreendidos
(Les 400 Coups, 1959)
François Truffaut
258 pontos
22 votos
3 poles
7 pódiuns

“Personagem, ator e diretor fundindo-se numa mesma história, numa mesma vivência, um mar de experiências doloridas, porque o aprendizado só surge com os erros (alguns erram demais). Este filme pode ser precursor, pode ser um libelo da perda da inocência e ganhar uma infinidade de outros rótulos. Talvez sua maior riqueza seja o frescor, o pueril, essa especialíssima forma com que esse trio uníssono dialogava por possuir a mesma essência, nascidos da mesma raiz. Em cena temos Doinel, temos Leuád, temos Truffaut, temos nós mesmos por recordar e sofrer com as mazelas de nossa infância, com as dificuldades familiares e aquele conjunto de questionamentos e inseguranças que tanto vivenciamos como auto-afirmação, revolta, espírito aventureiro. Não estou aqui para falar das qualidades cinematográficas inquestionáveis porque esse filme tem alma e raras são as obras que conseguem ter alma. Essa é a diferença dos grandes filmes para um acontecimento sem igual como esse Os Incompreendidos. Meu sincero muito obrigado Truffaut!” (Michel Simões)

9 Hiroshima, Meu Amor
(Hiroshima, Mon Amour, 1959)
Alain Resnais
218 pontos
16 votos
2 poles
4 pódiuns

“Alain Resnais já tinha feito uma obra-prima sobre os horrores da guerra, impedindo que o assunto fosse esquecido numa noite de neblinas eterna. Era preciso, no seu primeiro longa-metragem, ir mais longe. 15 minutos de poesia documental (e horror) servem de prólogo para uma história de amor ameaçada por traumas antigos. Estreando também na ficção, Resnais usa com maestria um arsenal imagético à disposição, dos documentos sobre a destruição de Hiroshima ao cenário do bar “Casablanca” para o casal em crise. História mundial e pessoal cruzadas por marcas nos corpos dos dois amantes, mostrados através de uma poesia que o cinema tinha até então ensaiado, mas ainda não atingido. Um dos maiores filmes sobre a memória e seu mistérios – afinal, todos já sabemos que é preciso lembrar, mas relembrar é recriar e algo sempre é perdido nessa tradução. Não é à toa que Resnais iria forçar ainda mais os limites narrativos e questionar ainda mais a memória no seu próximo filme, O Ano Passado em Marienbad (Milton do Prado).

10 Morangos Silvestres
(Smultronstället, 1957)
Ingmar Bergman
194 pontos
20 votos
nenhuma pole
2 pódiuns

“E então, um dia, você acorda. E olha no espelho. E vê as marcas. E olha o relógio. E vê que horas passaram. E então, naquele momento, você descobre que você está velho. Você não ocupa mais um posto, você não tem mais uma função. Seus filhos têm vidas próprias, seu casamento foi o que você teve. E então você pensa: sobrou o quê? Aquele momento seria a celebração da sua vida inteira, de seus sucessos e fracassos, de sua história, de suas glórias e inglórias? Ou aquele momento seria o da consciência do encerramento, do alerta de um fim, da antecipação da despedida? Para Ingmar Bergman, é tudo e ainda mais. É a trajetória inteira de Victor Sjoström. Do personagem e do ator. Além de réquiem universal, Morangos Silvestres é o aplauso a um homem e a tudo o que o vento não deixou ele esquecer” (Chico Fireman).

11 A Palavra
(Ordet, 1955)
Carl Theodore Dreyer
193 pontos
15 votos
1 pole
3 pódiuns

“Quando o Chico me pediu para eu escrever um pequeno texto sobre A Palavra para o ranking dos anos 50, não pensei duas vezes e aceitei. Mal sabia eu o quão difícil seria essa tarefa pra mim. Tenho dificuldade de falar sobre os filmes de que eu mais gosto, os realmente especiais. Além do mais, A Palavra mexe com um tema tão delicado e passível de ser esnobado pelos mais céticos e cínicos – que é a fé – que às vezes uma palavra com a intenção de beneficiar o filme pode ter um efeito contrário. Por isso, fico com o lugar comum e digo que A Palavra é o melhor filme sobre a fé já realizado. E não importa muito se Borgen é ou não é Jesus Cristo. O importante é crer para que o desejo se materialize” (Ailton Monteiro).

12 Quanto Mais Quente Melhor
(Some Like it Hot, 1959)
Billy Wilder
169 pontos
15 votos
nenhuma pole
5 pódiuns

“Olhe para isso! Olhe como ela anda. Parece gelatina sobre molas. Deve ter algum tipo de motor embutido. Vou te contar, é um sexo totalmente diferente”. Quanto Mais Quente Melhor é um dos mais duradouros tesouros do cinema, um filme de inspiração e meticulosa confecção, um filme que não é nada mais do que sexo, embora simule ser sobre crimes e ganância, impregnado com o proverbial cinismo de Wilder. E que dádiva da natureza e que obra de arte é Marilyn Monroe…Assisti-la é como ver um striptease, no qual a nudez é totalmente dispensável. Capturar essa química não era tão simples. As extravagâncias e neuroses de Monroe durante as filmagens ficaram famosas, mas enfim…”ninguém é perfeito!”” (Marfil)

13 Glória Feita de Sangue
(Paths of Glory, 1957)
Stanley Kubrick
157 pontos
15 votos
nenhuma pole
1 pódium

“Muito provavelmente o melhor cineasta da história do cinema, Stanley Kubrick trafegou por gêneros variados, mas voltou, com alguma insistência, ao tema “guerra”, abordando-o frontalmente (Nascido Para Matar, este Glória Feita de Sangue) ou sob outros aspectos (Dr. Fantástico). Glória Feita de Sangue é a primeira obra-prima de uma carreira cheia delas. Antimilitarista ao extremo, o filme quebra ao meio toda e qualquer idéia de “honra” ligada ao campo de batalha e isso quase meio século antes dos filmes gêmeos de Clint Eastwood (A Conquista da Honra/Cartas de Iwo Jima), por exemplo. Explorando a devastação da guerra com seus travelling-assinatura, Kubrick conta uma história que, de tão absurda, só poderia mesmo se dar num cenário daqueles – no caso, a Primeira Guerra Mundial” (André de Leones).

14 No Silêncio da Noite
(In a Lonely Place, 1950)
Nicholas Ray
153 pontos
12 votos
2 poles
4 pódiuns

Eu nasci quando ela me beijou, eu morri quando ela me deixou e vivi algumas semanas enquanto ela me amou. O diálogo criado pelo roteirista vivido por Humphrey Bogart resume a trama à perfeição. Ele conhece a personagem de Gloria Grahame e cria como não criava há tempos. Mas ela começa a ter dúvidas sobre o futuro dos dois, atormentada pela brutalidade dele e por um crime que, ironia, foi o responsável pelo surgimento do caso. Como diabos isso poderia terminar bem? Há poucos filmes com final tão duro como este. O amargor se acentua quando se sabe que Nicholas Ray, o diretor, terminou seu relacionamento com Gloria Grahame durante as filmagens. Steele, alter-ego do diretor, tenta se livrar da suspeita de assassinato utilizando uma lógica que assimilou ao escrever filmes policiais. Nicholas Ray, neste filme, também faz o que pode com as ferramentas que adquiriu como diretor: confunde sua vida com a ficção, criador com criatura, fazendo deste um tremendo romance noir que também é um corajoso e doloroso ritual de exorcismo em público” (Diego Maia).

15 O Sétimo Selo
(Det Sjunde Inseglet, 1957)
Ingmar Bergman
141 pontos
13 votos
nenhuma pole
3 pódiuns

“Um fidalgo retorna das Cruzadas e encontra seu país devastado pela Peste Negra. Ao se deparar frente a frente com a Morte, ele a desafia para uma partida de xadrez tendo mente conseguir tempo para solucionar suas dúvidas a respeito da espiritualidade humana, da fé e do silêncio divino. É interessante a forma em que, às vezes, o cinema apresenta uma alegoria de imagens poderosas, repleta de metáforas com tanta lucidez como no caso de O Sétimo Selo, uma das obras-primas do sueco Ingmar Bergman, que estrutura uma história introspectiva levantando questões e reflexões metafísicas discursando em temas universais, mas se contrapondo em situações muito simples e poéticas e, por isso, tão genial” (Ronald Perrone).

16 Noites de Cabíria
(Le Notti di Cabiria, 1957)
Federico Fellini
133 pontos
13 votos
1 pole
3 pódiuns

“Poucas linhas para falar de algo tão vasto: uma personagem-símbolo-noite-a-dentro. Começando pelo começo: Cabíria, de Giovanni Pastrone, uma preciosidade do cinema mudo italiano era uma das muitas fixações de Federico Fellini. Em 1952, o marido de Giulietta Masina realiza o belo Abismo de um Sonho, por sua vez escrito em parceria com Antonioni. Foi aí que Maria ‘Cabíria’ Ceccarelli nasceu pro cinema, numa rápida aparição, mas já com suas características tragicômicas bem marcadas. Em Noites de Cabíria, de 1957, a personagem ganha um filme inteiro e protagoniza algumas das cenas mais brilhantes da carreira de Fellini, e aqui não precisamos recorrer aos clichês de sempre, que remetem ao clown, ao mito da prostituta ingênua ou à eterna criança. O que fica é aquele sorriso final que brota em meio ao caos, ao som de Nino Rota, que pra sempre entrou na nossa vida como sentimento” (Guilherme Lamenha).

17 O Batedor de Carteiras
(Pickpocket, 1959)
Robert Bresson
127 pontos
10 votos
nenhuma pole
2 pódiuns

Pickpocket, talvez o filme mais típico de Bresson, é sobre Michel, sujeito que por convicção decide ser batedor de carteiras, se afastando da família, dos amigos e da lei. Inspirado nas reflexões de Crime e Castigo, a trajetória de Michel vai da tentativa de independência moral (pela idéia arrogante de que um indivíduo extraordinário pode fazer o que quiser na sociedade) à sua redenção a Deus. Para ele, essa redenção surge por Jeanne, que indo ao seu encontro, lhe proporciona um momento de epifania. De alguma maneira, através das idéias do cinematógrafo (do estilo conciso e rigoroso de Bresson), é a mesma coisa que sentimos ao assistir a este filme” (Lucian Chaussard).

18 Intriga Internacional
(North by Northwest, 1959)
Alfred Hitchcock
117 pontos
10 votos
1 pole
2 pódiuns

“É impossível economizar nos adjetivos quando se fala de Alfred Hitchcock. Sua contribuição para a cinematografia do século passado é tão preciosa que não há como pensar no cinema como arte e não se referir ao nome do mestre inglês. Intriga Internacional, seu último filme na década de 50, sintetiza visualmente todas as marcas presentes em sua obra e trata das íntimas obsessões do cineasta com uma elegância raras vezes encontrada no cinema do gênero. É de se espantar o domínio do instrumento que Hitchcock possui ao construir sucessivas situações de suspense com diálogos de alta sofisticação, emulando um sarcasmo irresistível e definindo um modo de filmar que une diversão, técnica e conteúdo num só pacote. Obra-prima indiscutível do cinema, dez linhas são incapazes de traduzir toda a catarse provocada por cada seqüência, um filme para se ver sempre e por toda a vida” (Samuel L.).

19 Os Esquecidos
(Los Olvidados, 1950)
Luis Buñuel
110 pontos
12 votos
nenhuma pole
nenhum pódium

“Ao se falar em Luis Buñuel, normalmente lembra-se do surrealismo com que a maioria de suas obras são compostas – metáforas, devaneios, loucura, várias faces compondo críticas à burguesia feitas de forma nada convencional. Porém, houve uma fase em sua carreira na qual ele foi praticamente um neo-realista, expondo vidas duras em um grau extremo de verdade. Os Esquecidos é o principal filme dessa fase, e um dos principais do cineasta espanhol. A pobreza, a falta de perspectivas de uma juventude totalmente perdida são mostradas de uma forma muito dura e seca por Buñuel, que mesmo se afastando de seu estilo principal, não deixou de perder a principal linha do que sempre quis fazer – a crítica social” (Carlos Massari)

20 Rashomon
(Rashômon, 1950)
Akira Kurosawa
103 pontos
11 votos
nenhuma pole
1 pódium

“Três personagens em meio a uma tórrida chuva se encontram e dois deles resolvem contar sobre um incrível julgamento que acabaram de presenciar. Rashomon é um filme todo contado através em flashbacks. Flashbacks dentro de flashbacks contam versões diferentes de uma mesma história. O que foi dito no julgamento nos é mostrado em imagens. Em imagens, verdades distintas sobre um mesmo fato. A primeira grande obra-prima de Kurosawa” (Christopher Faust Pereira).